No Dia Mundial do Meio Ambiente, seminário debate Política de Resíduos Sólidos e Aquecimento Global


A Comissão de Meio Ambiente da Alesp, presidida pelo deputado Feliciano Filho (PV), debateu nesta terça-feira, 5/6, a Política Estadual de Resíduos Sólidos e o Aquecimento Global. O primeiro seminário, sobre a Política de Resíduos Sólidos, ouviu a engenheira Lady Virginia Traldi Meneses, representando o diretor-presidente da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) Fernando Rei, e Casemiro Carvalho, representando o secretário de Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto. A engenheira da Cetesb fez uma breve explanação sobre a Lei 12.300, de 16/3/2006, que fala sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos. Segundo ela, as discussões sobre o tema começaram na década de 80, sendo ampliadas na década seguinte, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, no Rio de Janeiro. O evento reuniu representantes de 175 países e deu origem à Agenda 21, que propõe medidas de garantia à sustentabilidade das atividades humanas e, principalmente, que seja alcançada a melhoria da qualidade de vida para as atuais e futuras gerações.
A filosofia da política de resíduos é prevenir a poluição mediante práticas que promovam a redução ou eliminação de resíduos, reconhecendo o resíduo sólido reutilizável e reciclável como bem econômico. A lei estabeleceu 25 objetivos, como o uso sustentável, racional e eficiente dos recursos naturais, a erradicação do trabalho infantil, a implantação de coleta seletiva de lixo nos municípios e a inclusão social dos catadores.
Lixo Mínimo
Conforme o representante da Secretaria de Meio Ambiente, Casemiro Carvalho, o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares retrata o aumento da qualidade de resíduos domiciliares. O documento retrata a realidade do setor de 1997 a 2006. O Programa Lixo Mínimo, de autoria do Executivo paulista, propõe a implantação de aterros em valas como uma das ações para dirimir o problema. Carvalho reconhece que esta é uma medida paliativa, considerada perigosa pelos ambientalistas, que temem pelo surgimento de lixões. Outras ações sugeridas são a melhoria na operacionalização dos aterros, o investimento no programa de reciclagem e a incineração e compostagem dos produtos descartados
Incineração e Compostagem
O sistema de incineração do lixo vem sendo abandonado, pois além das despesas extraordinárias com a sua implantação e monitoramento da poluição gerada, implica também relegar para segundo plano a coleta seletiva e a reciclagem, que são processos altamente educativos. É um processo que demanda custos bastante elevados e a necessidade de um rigoroso controle da emissão de gases poluentes gerados pela combustão. Não fossem essas desvantagens, seria um tratamento adequado para resíduos sólidos de alta periculosidade, como o lixo hospitalar, permitindo reduzir significativamente o volume do lixo tratado e não necessitar de grandes áreas, quando comparado aos aterros sanitários, além da possibilidade do aproveitamento da energia gerada na combustão.
A compostagem é uma forma de tratamento biológico da parcela orgânica do lixo, permitindo uma redução de volume dos resíduos e a transformação destes em composto a ser utilizado na agricultura, como recondicionante do solo. Pode enfrentar dificuldades de comercialização em razão do comprometimento dos mesmos por contaminantes, como metais pesados existentes no lixo urbano e possíveis aspectos negativos de cheiro no pátio de cura.
Seminário sobre aquecimento global
O segundo seminário organizado nesta terça-feira, 5/6, pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente abordou o aquecimento global, com exposições a cargo de Rogério Menezes de Mello, professor das Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas, e Luis Piva, coordenador da campanha de clima do Greenpeace.
Rogério Menezes apresentou uma síntese sobre o processo de aquecimento global, destacando a gravidade do fato de nunca se ter observado o nível atual de concentração de carbono (CO2), principal gás estufa. Ele lembrou que a concentração de carbono é um processo natural, e o problema está no excesso, que provoca o aquecimento, cujas evidências indiscutíveis podem ser observadas na grande massa de gelo que começa a derreter, no aumento do nível médio do mar, na ocorrência de furacões, inundações e secas.
Tratando das metas estabelecidas no Protocolo de Kyoto, Menezes considerou que sem recurso não é possível alterar a situação e que é preciso fazer investimentos na pesquisa de fontes de energia alternativas e não poluentes, na substituição de biocombustíveis.
Os dois expositores concordaram que nos anos 60, as reivindicações dos ambientalistas eram classificadas como freio ao desenvolvimento e que hoje estudos demonstram que os custos das ações para conter a emissão de gases estufa são menores do que o dinheiro necessário para reconstruir o que o aquecimento global está a destruir.
Por outro lado, Menezes afirmou que debater meio ambiente "é legal hoje, desde que não se mexa nos meus interesses individuais; quando isso acontece, todo mundo tem uma postura meio Bush" " referindo-se à resistência do presidente americano em cumprir o Protocolo de Kyoto.
No que se refere ao caso brasileiro, o país ocupa o quarto lugar entre os maiores emissores de CO2,, basicamente em razão das queimadas e do desmatamento da Amazônia. Por isso, Menezes defendeu a participação dos municípios no aumento da arborização urbana, política de transporte público eficiente, fiscalização de queimadas e, principalmente, uso de madeira certificada.
A exposição de Luis Piva cuidou da trajetória do Greenpeace e das ações e campanhas que a entidade tem promovido, especialmente para pressionar o governo federal a lançar uma plataforma de combate ao desmatamento e um programa de desenvolvimento de matriz energética sustentável.
Responsabilidade dos ricos
Presente ao debate, a deputada Célia Leão (PSDB) lamentou que, depois de tantos recursos destinados à recuperação dos rios Tietê e Pinheiros, a poluição persiste e perguntou qual a saída para a conscientização dos cidadãos, para que mudem hábitos tão comuns como jogar lixo na rua, nas estradas, nos rios.
O deputado Rodolfo Costa e Silva (PSDB), autor do pedido de realização dos seminários, criticou a tramitação da lei que estabelece o fim da queima da palha da cana-de-açúcar apenas em 2031. Também tratou dos diferentes graus de responsabilidade dos países no controle do aquecimento global. "Os países pobres não podem resolver um problema que os ricos criaram e que não souberam resolver", considerou o parlamentar.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações