Segurança da família de Lobão depõe na CPI da Pirataria

DA REDAÇÃO
A CPI federal que investiga a pirataria abriu seus trabalhos nesta quinta-feira, 18/9, ouvindo o soldado PM Arnaldo Ferracini, que possui uma empresa de segurança na galeria Pagé e fazia a proteção pessoal da ex-esposa e filhos do contrabandista preso Roberto Eleutério da Silva, conhecido como Lobão. A Requer, empresa em que Ferracini é sócio de outro policial, o sargento Luiz Carlos Filho, tem a seus serviços 60 pessoas, mais da metade são policiais militares.
Segundo admitiu Ferracini, a Requer presta serviço de segurança para a Galeria Pagé e outras lojas da região, entre elas, Armarinho Fernandes, Clóvis Calçados etc, com um faturamento mensal superior a R$ 60.000,00. Ferracini admitiu que recebia de Lobão, através da empresa de importação e exportação Dinossauro, cerca de R$ 36.000,00 para fazer a segurança dos familiares do contrabandista. Para esse serviço, o policial militar disponibilizava 24 homens. O sargento Luiz Carlos também foi convocado para prestar depoimento.
O deputado Julio Lopes(PP/RJ), vice-presidente da CPI, informou à imprensa que os membros da Comissão têm recebido ameaças de morte pelo curso das investigações que, segundo o parlamentar, apontam, entre outros esquemas, para uma rede de transportadoras que além da distribuição de cigarros falsificados fazia o transporte de armas contrabandeadas. "Já temos a comprovação do transporte de armamento dentro dos pacotes de cigarro. Estamos investigando se a conexão entre estes dois tipos de crimes é apenas a utilização de uma rede de transporte comum ou se as mesmas quadrilhas operam com cigarros e armas", informou Júlio Lopes.
Contradições e indignação
A CPI programou para esta quinta-feira o depoimento de outros cinco policiais, os delegados Mário Carvalho, Ettore Capalbo Sobrinho e José Norberto dos Santos e os investigadores Jean Wagner Cabral e José Armando Nude. A comissão pretende desvendar os motivos pelos quais policiais da 10ª DP, da Penha, estariam atuando em uma suposta operação de campana a um galpão e a um caminhão suspeito de carregamento de contrabando de cigarros (pertencente a Lobão) no bairro da Lapa, uma outra circunscrição.
Em seu depoimento, Mário Guilherme da Silveira Carvalho, delegado titular do 10º DP (Penha), alegou somente ter conhecimento do contrabandista Lobão por meio dos jornais e da televisão, o que causou indignação do presidente da CPI, o deputado federal Luiz Antônio Medeiros (PL-SP).
Indagado sobre o telefonema entre ele e Ectore Capalmo Sobrinho, o delegado titular do Serviço de Investigações Gerais, Carvalho disse ter subentendido uma orientação para que fizesse cessar imediatamente a ação de qualquer investigador que estivesse em diligência na circunscrição do 7º DP, da Lapa.
Carvalho disse ter telefonado imediatamente para o chefe dos investigadores de sua delegacia, Armando Nude, o Portugês, do qual recebeu a informação de que o policial Jean Wagner Cabral já não estaria mais no local.
O depoimento de Carvalho entrou em contradição com o de Capalmo, uma vez que cada um deles atribuiu ao outro superioridade hierárquica e a autoria da ordem de suspender a diligência irregular.
O relator da CPI, deputado federal Leonardo Piaccini (PMDB-RJ), conversou com ambos os delegados e solicitou a eles que entregassem suas agendas telefônicas. Houve então uma audiência reservada entre os membros da CPI e Carvalho, que, em seguida, retificou seu depoimento dizendo que recebera uma ordem direta do delegado Ectore Capalmo para que abortasse a operação em questão.
Medeiros dispensou Mário Guilherme da Silveira Carvalho reputando-o como policial digno e desejando-lhe uma feliz aposentadoria, uma vez que o delegado havia dito anteriormente que, com 53 anos de idade e 33 de polícia, já havia cumprido os requisitos para se aposentar.
Após participar de outra reunião reservada com os parlamentares, o titular da Seccional Leste, Aldo Galeano, também disse só ter conhecimento de Lobão por meio da imprensa, o que, após o presidente da CPI manifestar seu descrédito, justificou com seu afastamento, por seis anos, para trabalhar na Corregedoria Administrativa do Estado.
Galeano confirmou ter recebido de Capalmo a informação sobre a diligência irregular, à qual respondeu com a seguinte ordem: "Se a operação não tiver começado, que se consulte o delegado titular do 10º DP e se regularize a situação com uma ordem de serviço. Se não, que se notifique a Polícia Federal, que tem a competência de coibir o crime de contrabando".
O delegado seccional concordou que houve quebra de hierarquia, mas disse que a urgência da situação justificaria isso. Quanto à falta de Ordem de Serviço, Galeano disse ter recebido a informação de que a referida diligência não se consumou, pois o caminhão não teria aparecido, por isso não aplicou medida disciplinar. "Tenho 600 policiais na rua. Não posso saber o que cada um está fazendo", alegou.
Medeiros informou que o próximo depoimento será em 19/9, quando será ouvida Tânia dos Santos, a mulher que distribuia propina entre os policiais militares, civis e federais.
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