Coordenador do Cremesp fala à CPI dos cursos de medicina


01/09/2009 20:01

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2009/CPIMEDICINADEPSZe05ZE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bráulio Luna Filho e Celso Giglio <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2009/CPIMEDICINABRAULIOEGIGLIOZe01.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nesta terça-feira, 1º/9, no plenário José Bonifácio, a CPI constituída com a finalidade de investigar a proliferação dos cursos de medicina, assim como os efeitos deste fenômeno sobre a qualidade dos serviços prestados, ouviu o coordenador do exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Bráulio Luna Filho.

"Uma das maneiras de se avaliar o aluno do 6º de medicina " o que avalia também a faculdade em que ele estuda " é o exame final, feito por uma instituição externa à faculdade, e que confere a certificação. Na minha opinião, a avaliação terminal pode fazer diferença, e a diferença é uma mortalidade 20% menor", afirmou Luna. Segundo ele, o exame, opcional e que atualmente não é pré-requisito para a habilitação do médico ao exercício do profissão, é uma proposta que está em prática desde 2005, e que vem somar-se a outras medidas já implementadas, como a avaliação permanente, realizada pelas próprias escolas durante a graduação.

O coordenador do Cremesp explicou que foi bastante discutido como a prova seria elaborada e aplicada, considerando que o aluno é recém-formado e que o estudante aprende cerca de 61% do que é ensinado na faculdade. "Só 31% das pessoas avaliadas acertaram mais que 60% das questões " o que nos assustou muito, apesar de as provas terem sido consideradas adequadas por 80% deles. Não obstante termos desenvolvido uma avaliação considerada satisfatória, várias associações eram contra a aplicação dos testes", afirmou. "Somos uma entidade que não se verga a pressões corporativas, por isso estamos no 5º ano de avaliação. Temos de implantar esse exame em nível nacional, sem o que não será possível melhorar nossas escolas", continuou. Entre outras propostas que Luna considera indispensáveis para a melhoria das faculdades de medicina está o programa de residência médica, que tem de ser garantido pelas instituições, com vaga assegurada para todos.

"Pretendemos com esta comissão parlamentar de inquérito mostrar a urgência do problema, já que o diferencial da profissão do médico é que ele trabalha com vidas humanas", afirmou o coordenador da CPI, o deputado Celso Giglio (PSDB). Uebe Rezeck (PMDB) insistiu na necessidade de as escolas de medicina garantirem a residência médica. "As escolas hoje têm de ter hospitais ou convênios com hospitais, além de vagas de residência em qualquer área", concordou Luna. O deputado José Augusto (PSDB) disse ser favorável à avaliação periódica e rigorosa do estudante de medicina. Citou ainda a necessidade de melhores salários para professores de medicina, incentivo à pesquisa com dedicação exclusiva e a abertura do Sistema Único de Saúde para a prática dos residentes. "Precisamos trocar mais informações e conhecimento, ao lado dos organismos preocupados com esta situação, para que surjam propostas concretas de mudança", disse Celso Giglio.

alesp