A escultura de Eduarda Duvivier: equilíbrio entre expressão subjetiva e interpretação realística

Emanuel von Lauenstein Massarani
11/03/2003 16:06

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A matéria preferida de Eduarda Duvivier é o pó de mármore com resina, pois é na moldagem que consegue ser mais completa e tocante nas suas peregrinações poéticas e plásticas, onde reinventa o homem e a mulher, e em conseqüência, o amor e o prazer.

Num sutil desenho impressionista que infunde idéias intuitivas de modernidade e sobriedade, emerge de suas esculturas um vivo sentido de sensualidade, tanto pela dinâmica dos ritmos, quanto nos plenos e nos vazios da matéria tratada.

O naturalismo é evidente em suas obras. Eduarda Duvivier coloca em relevo a estrutura monolítica do casal, o mesmo ritmo e cadência entre as duas figuras. Sob o mesmo prisma emocional, encontramos a fluidez da linha que liga os protótipos modelados. Nas figuras entrelaçadas a intersecção das formas cria uma participação bem dosada.

Tal é a simetria dos plenos e dos vazios, que as duas figuras nos parece uma única. Um todo arredondado, onde as linhas e curvas delimitam e fecham num único espaço as duas formas. Trata-se de um trabalho precioso, que busca uma certa pureza de estilo com plena correspondência na área do sentimento e das sensações.

A atração dos seres humanos é tratada de modo explícito, o mais expressivo e repleto de sensualidade. São os sentimentos antigos, evocados de forma harmoniosa que se verificam e se celebram como no "O Prazer", a escultura doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, onde sua modelagem é límpida e bem constituída.

A escultora deu-se como missão colher atos que fazem intuir as relações e o quanto a excitação sensorial provoca nos sentimentos alcançando paralelamente um equilíbrio entre a expressão subjetiva e a interpretação realística.

A Artista

A escultora Eduarda Duvivier nasceu no Rio de Janeiro. Cursou arquitetura na Faculdade Nacional de Arquitetura do Rio de Janeiro e na Faculdade Nacional de Brasília, entre 1967 e 1971. Realizou o curso de pintura no Cambridge Center of Adult Education em Boston, Estados Unidos.

Realizou diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Hobby Sport Club, São Paulo (1982); Delfin Galeria, São Paulo (1983); Bar Avenida, São Paulo (1984); "O Bicho - 5 Visões" - Coletiva no Barcellos, São Paulo (1998); Espaço Cultural do Shopping Cassino Atlântico (2003).

Possui obras em importantes acervos particulares e oficiais, ressaltando-se o da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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