No ano em que completa 130 anos de imigração, a comunidade libanesa foi homenageada em sessão solene na Assembleia Legislativa. Os libaneses e seus descendentes no Brasil somam cerca de 7 milhões, 2 milhões só na capital paulista, e constituem uma das maiores comunidades de origem estrangeira no país. Os primeiros imigrantes vieram ao Brasil a partir de 1880, incentivados pelo imperador D. Pedro II após uma visita ao Líbano. O Brasil estabeleceu relações diplomáticas com o Líbano há 65 anos, após sua independência, em 22 de novembro de 1943. Lei aprovada no Congresso Nacional instituiu o dia 22 de novembro como o Dia da Comunidade Libanesa no Brasil.

Presidida pelo deputado Said Mourad (PSC), a solenidade teve a presença do ministro do Desenvolvimento Social do Líbano, Selim el Sayegh, representando o presidente da República do Líbano, Michel Suleiman, e instituiu um carimbo comemorativo dos correios alusivo à data. Estavam presentes Marco Antonio Marques da Silva, representando o presidente do Tribunal de Justiça, Mauro Cesar Muller Valente, Almino Afonso, representando do governador Alberto Goldman, e Antonio Carlos Rizeque Malufe, representando o prefeito Gilberto Kassab, entre outras autoridades, além de representantes religiosos da comunidade maronita e da comunidade muçulmana.

Também estiveram na solenidade a presidente da Associação Cultural Brasil-Líbano, Lody Brais, e do vice-presidente, Omar Golmia, o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) e os deputados estaduais Pedro Tobias (PSDB) e Antonio Salim Curiati (PP). Arnaldo Faria de Sá saudou a comunidade libanesa, evocando a contribuição dos imigrantes ao progresso de São Paulo. O diretor regional dos Correios de São Paulo"Metropolitana, José Furian Filho, também saudou os libaneses e seus descendentes, e afirmou que o carimbo comemorativo é um presente aos libaneses que escolheram São Paulo como sua casa. Omar Golmia referiu-se a sua origem libanesa e exaltou a capacidade de trabalho dos imigrantes que, mesmo ocupados em atividades simples, como caixeiros viajantes e pequenos comerciantes, conseguiram formar seus descendentes, não só como profissionais, mas como pessoas imbuídas dos valores culturais e morais libaneses.

Imigrante libanês, o deputado Pedro Tobias, referindo-se ao Brasil, disse: "Agradeço à pátria que me recebeu de braços abertos". Ele lembrou da perfeita integração dos brasileiros com os imigrantes, que não ocorre em outros países, e elogiou seus compatriotas pela participação na construção do Brasil.



Carimbo comemorativo

Durante a sessão, houve o lançamento do carimbo comemorativo dos Correios alusivo aos 130 da imigração libanesa ao Brasil, que será estampado em selos do Brasil. As autoridades receberam álbuns com registro do lançamento e de peças filatélicas alusivas à data. O ministro libanês recebeu bilhete da loteria federal lançado em celebração à data, na forma de uma placa. Foi entregue, ainda, à presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Nelly Martins Ferreira Candeias, a medalha D. Pedro II.

Selim el Sayegh, ministro do Desenvolvimento Social do Líbano, disse ser uma grande honra representar o presidente Michel Suleiman. Disse que felizmente não teve tempo para preparar um discurso, pois isso lhe deu oportunidade de falar de coração. Para ele, a história da imigração libanesa no Brasil é uma história de sucesso. Tantos deixaram seu país em busca de melhores oportunidades, liberdade e dignidade, e encontraram no Brasil a acolhida que lhes permitiu viver de acordo com seus valores.

O sucesso desses imigrantes não está em seus nomes, estampados em grandes obras ou empreendimentos, mas em terem mantido o velho Líbano como uma chama acesa em seus corações. Sayegh disse aos libaneses brasileiros que, assim como tiveram coragem de emigrar em busca de uma vida digna, voltem ao Líbano, com coragem para acreditar e ajudar o país a se recriar, um país de diversidade cultural e de liberdade de pensamento. Sayegh tomou ainda como exemplo os esforço de paz empreendidos pelo papa João Paulo II, que disse que a diversidade cultural seria a ponte da paz entre o oriente e o ocidente.

Por fim, o presidente Said Mourad, filho de libaneses, elogiou a comunidade libanesa por crescer e se desenvolver com respeito a todos os povos e culturas. Mourad disse que os libaneses têm grande respeito pelas comunidades em que vivem, e servem de exemplo para todos. Mourad convidou a todos para a inauguração da exposição em homenagem à comunidade libanesa no Brasil, no Hall Monumental da Assembleia.