A artista Fernanda Rodante possui uma dupla natureza, uma mais clássica e rigorosamente especulativa, outra mais romântica, sentimental e efusiva. A primeira, expressa através de um desenho sólido e arquitetônico de derivação cubista, a segunda, entregue a um calor transfigurante de origem expressionista, sensual e lírica.

Não se trata de um contraste negativo, pois podemos constatar como a artista consegue harmonizar e compor os dois aspectos de sua personalidade num estilo maduro e unitário. Mas o valor poético de suas pinturas não nasce de uma alusão expressionista, surge exatamente do oposto da reconstrução da forma, seja no clima e na atmosfera de sonho da própria cor.

Trata-se de um testemunho bastante confortador especialmente nos dias atuais de plena validade de uma arte que recusa o naufrágio na irresponsabilidade criativa para afirmar, entretanto, a exigência de uma forma que nos restitue, através da obra do artista, a confiança em nos mesmos.

Sem renunciar a pressupostos figurativos e de desenho, a pintura de Fernanda Rodante se abre a um amplo respiro, não só quanto à concepção mas quanto à riqueza de luz, ao empasto das cores, à plasticidade do ritmo e sobretudo a uma habilidade totalmente moderna de composições e sobreposições. A matéria de suas obras entra no efeito total, dando ao conjunto um particular valor. São paisagens, figuras, naturezas mortas onde a cor, amalgamada na matéria, alcança também intensos e preciosos "degradés".

A obra Harmonia, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, possui traço e cor, ritmados em contraponto. Suas estruturas, de impostação pós-cubista, estão hoje cada vez mais envolvidas de uma forte fantasia e sua temática se amplia para uma realidade poética.

A artista

Fernanda Rodante nasceu em São Paulo em 1976. Dedica-se à pintura há pouco mais de seis anos, quando na metade do seu Curso de Psicologia iniciou seus primeiros trabalhos artísticos. Foi aluna dos renomados artistas João Carlos Pensa, Jorge Franco e Chen Kong Fang. Paralelamente realizou estudos de filosofia, antroposofia e espiritualismo. Hoje tem seus próprios alunos e trabalha diariamente em seu ateliê.

Recebeu inúmeros prêmios, medalha de ouro, grande medalha de prata, menções honrosas por sua participação em diversos salões de arte.

Participou das seguintes exposições: I Salão de Primavera, Suzano Plaza Shopping; Salão da Primavera - 1998, UNISA - Universidade de Santo Amaro;I Salão de Inverno, Espaço Bon Vivant; Folclore Brasileiro, SENAC - Santo Amaro; 9º Salão de Aniversário da AASA, Instituição Educacional "Prof. Pasquale Cascino"; Dia Internacional da Mulher, Market Place Shopping Center (1998); Caldeirão das Artes, Universidad Mackenzie; Espaço Cultural Infraero, "Gemellaggio II" (1999);IV Mostra de Artistas Pela Ação, Ética e Cidadania, Esporte Clube Pinheiros, O Circolo Italiano, Galeria Prestes Maia, Espaço Cultural do Conjunto Nacional Galeria de Arte Bric a Brac; Natureza Viva, Espaço Cultural Departamento Nacional de Produção Mineral; Paleta de Ouro 2000, Teatro Municipal de Cabo Frio, RJ; Descobrindo o Branco Brasil, Espaço Imagem e Forma (2000);"Abstract" Espaço Cultural; Casa da Fazenda; Figurativa Contemporânea Museu de Arte Nipo-Brasileiro (2001); Pequenos Formatos, Espaço Cultural My Guest; VI Salão de Artes, Biblioteca Municipal João XXIII - Mogi Guaçu (SP); 15º Salão de Arte da Associação Comercial de São Paulo, Shopping Frei Caneca; 21ª Exposição de artistas contemporâneos, Sociarte, Clube Monte Líbano; Ventos, Espaço Cultural "My Guest"; (2002);Chapel Art Show - SP; I Semana de arte da PUC - São Paulo - SP; Espaço Cultural Hotel Intercontinental e Art Factory - SP; Judith Daprá Arte e Galeria; Fang e os novos expoentes das artes plásticas - Guarujá " SP (2003); 22ª- Salão da Sociarte, Clube, Sírio Libanês, SP; "Uma Viagem de 450 anos" -SESC Pompéia - SP (2004).

Suas obras podem ser encontradas no Espaço Imagem e Forma, no Espaço Cultural My Guest, na Galeria Sergio Caribe e no Acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.