Iza Mania transforma matéria inerte em energia cosmogônica irradiante

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
23/08/2007 16:47

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No espaço cósmico<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Iza Mania obra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A atenção da artista Iza Mania está voltada para o espaço que se torna um lugar silencioso onde a luz filtra de varias direções. A parábola inquieta da artista alcança assim uma representação do real, destemperada em detalhes dispersos envolvidos por uma espécie de névoa vaporosa.

George Mathieu pai da abstração lírica defendia uma não figuração psíquica para qual reivindicava uma plena liberdade de ação e expressão. Certa vez, a quem lhe indagava do que desejava se libertar, respondeu: "Da referência à natureza, de toda estética precedente, de todo possível traço e qualquer forma de projeto da obra, de toda idéia".

Entretanto, em certas obras de Iza Mania, sua veemência, sua dilacerante força expressiva e ao mesmo tempo controlada, nos transmitem uma estreita afinidade entre sua pintura e o expressionismo abstrato americano da Escola de Nova York, tão celebrado por um Pollock ou um De Könning.

Em outras, a intensidade de seu cromatismo transforma através de seus gestos, uma matéria passiva e inerte e um ciclone passional em energia cosmogônica sempre irradiante. Cada quadro de Iza Mania é um organismo vivo que se desenvolve seguindo suas próprias leis, incluindo a primeira expressão do gesto numa nova estrutura plástica.

Seus quadros, como na obra No espaço cósmico, doada ao Museu de Arte do Parlamento estão impregnados de um movimento intensivo, de um fluido que faz com que unam a natureza ao homem. A luz se transforma em cores plenas de vida, de força, de contrastes e de conflitos, em cores que vibram em todos os sentidos, que lutam contra as tenebras e novamente se submetem à lei superior da composição.



A artista

Iza Mania nasceu em São Paulo. Descendente de italianos, iniciou curso de artes plásticas na Faculdade de Belas Artes da capital paulista. Descobriu na cerâmica uma forma inicial de expressão, deixando de lado a faculdade. Durante seis anos dedicou-se à pesquisa com ceramista como Frida Dourian, Lelé, Dora Algodoal, entre outros.

Motivada pelo interesse das questões sociais, fez parte do Jornal Movimento, cursou a Faculdade de Ciências Sociais, trabalhando paralelamente no Legislativo paulista. Nesse período encontrou na pintura sobre tela a realização de sua expressão artística. Seu trabalho a levou a Altinópolis, no interior do Estado, cidade conhecida pelas obras de Bassano Vaccarini, artista plástico e escultor internacionalmente reconhecido.

Durante quatro anos permaneceu em contato com a obra do artista e a amizade surgida deste encontro passou a ser incentivo e apoio para o seu desenvolvimento artístico. De volta a São Paulo realizou sua primeira exposição no Palácio 9 de Julho.

Possui obras em coleções particulares, em diversas cidades brasileiras e na Europa e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp