O deputado estadual Donisete Braga (PT) voltou a defender a criação de um hospital de referência para atender casos de maior complexidade em Mauá, município da Região do Grande ABC com mais de 400 mil habitantes. A defesa foi feita na última terça-feira, 10/10, durante assinatura de convênio entre o governo do Estado e prefeitura da cidade para a liberação de R$ 700 mil para o Hospital Radamés Nardini, fruto de emenda do parlamentar. Antes, ele passou pela Câmara Municipal de Mauá, onde fez pronunciamento sobre o tema.

"Em abril passado enviei Indicação ao governador José Serra demonstrando que é absolutamente necessária e viável a implantação de mais um hospital na cidade de Mauá", disse Donisete Braga, atual 1º secretário da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Segundo ele, quase 70% da população dos municípios de Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires dependem do SUS - Sistema Único de Saúde. Os dois hospitais de Mauá " o estadual Radamés Nardini e a Santa Casa - oferecem apenas 229 leitos do SUS, chegando a 275 quando somados os 46 leitos oferecidos pelo hospital São Lucas, de Ribeirão Pires.

Além disso, acrescenta o 1º secretário, somados os habitantes dessas três cidades chega-se a 585.815 pessoas. Destas, quase 400 mil só têm os hospitais públicos para resolver os seus problemas de saúde. "São dados oficiais. Vale até ressaltar que em Rio Grande da Serra o número de dependentes do SUS é ainda superior, chegando a 81% de uma população de 43 mil habitantes. Isso significa que mais de 35 mil pessoas dependem exclusivamente do SUS para tratar da saúde", acrescenta.

O novo hospital estadual, conforme ele, atenderia casos de maior complexidade, em complemento ao atendimento primário oferecido pelo Nardini. Desta forma, desafogaria também o Hospital Mário Covas, em Santo André, outra cidade da Região. "Na Indicação pedi que o governo do Estado estudasse a construção deste Hospital com, no mínimo, 200 leitos do SUS, o que é tecnicamente viável", lembrou. Donisete Braga disse ainda vai lutar para que o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, reveja o teto dos recursos enviados via SUS para Mauá. "O fato é que os municípios devem receber de acordo com o número de habitantes. E o município de Diadema, por exemplo, com quase 400 mil habitantes, recebe R$ 1,5 milhão, enquanto Mauá, com 421.577 habitantes, recebe R$ 1 milhão. Algo está errado e vamos buscar uma solução para isso", completou.