A qualidade da água no Estado teve discreta melhora, segundo relatório apresentado pela Cetesb na manhã desta quarta-feira, 23/3, no auditório Teotônio Vilela na Assembléia Legislativa

O presidente da Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Cetesb), Rubens Lara, deu início a apresentação fazendo um balanço do Relatório da Qualidade das Águas Interiores de 2004, elaborado pela empresa. A avaliação, que é produzida há 30 anos e vem sendo publicada desde 1978, aponta a qualidade da água nos principais rios e reservatórios do Estado. Segundo os dados de 2004, nos 61 pontos de captação para abastecimento público, a água considerada ótima caiu de 5% para 3%, em comparação com 2003. Por outro lado, a porcentagem de água avaliada como boa passou de 36% para 38% e a regular foi de 19% para 36%. Os índices de água ruim e péssima passaram de 29% para 18% e de 12% para 5%, respectivamente, em relação ao que foi constatado no ano passado.

Saldo positivo

Eduardo Mazzolenis de Oliveira, gerente do Departamento de Águas Superficiais e Efluentes Líquidos, disse que apesar das dificuldades o saldo é positivo e merece destaque na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água, 22/3. "Dos três parâmetros utilizados para auferir a qualidade da água, apenas o índice que avalia a água bruta, ou seja a água disponível para abastecimento, apresentou na média os mesmos padrões de 2003. Houve uma evolução de 17% nos locais em que esta água é efetivamente captada e de 2% no índice que avalia as condições da vida aquática", afirmou.

O relatório de cerca de 300 páginas indica os percentuais de coleta e tratamento de esgotos domésticos, dados sobre cargas orgânicas, assim como acidentes ambientais e a situação dos corpos d"água receptores destes lançamentos em cada um dos 645 municípios paulistas. Disponível para "download" no site www.cetesb.sp.gov.br, o relatório serve de subsídio para as discussões e ações dos municípios, dos comitês de bacias e dos órgãos estaduais.

Necessidade de ampliação

Segundo os dados apresentados, houve um crescimento do número de cidades atendidas por redes de coleta e tratamento de esgoto, o índice que era de cobertura de 37% dos municípios passou para 39% em 2004.

Os dados, segundo avaliação dos técnicos, apontam para a necessidade da ampliação da rede de coleta e tratamento de esgotos, para o estímulo a conservação e revegetação do solo, gerenciamento da qualidade e quantidade da água disponível, com monitoramento do controle da vazão dos reservatórios para geração de energia elétrica, contenção da expansão urbana em áreas estratégicas para o abastecimento, prevenção dos acidentes ambientais, em sua maioria rodoviários, entre outros.

Para Eduardo Mazzolenis há necessidade de estender o programa de balneabilidade das águas, já feito com sucesso no litoral, para rios, lagos e reservatórios que tenham utilização turística. Para aprimorar ações com relação a conservação e uso do solo é imperativo uma maior proximidade com técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Segundo o gerente e o presidente da Cetesb a gestão compartilhada dos recursos hídricos é um caminho necessário para garantir a qualidade da água no Estado nos próximos anos.