Violência contra alunos

Em Belo Horizonte, um aluno foi preso por policiais e levado algemado à delegacia sob a acusação de ter agredido uma professora. Depois de passar 12 dias preso, o aluno foi considerado inocente e a acusação contra ele, improcedente. Segundo Cremilda Estella Teixeira, do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos (Napa), que relatou o episódio, essa é uma ocorrência que se repete em todo o país. "Alunos são considerados monstros, enquanto professores figuram como anjos. Por isso, a necessidade de denunciarmos continuamente a violência sofrida por alunos nas escolas públicas", disse ela.

Falsos pregadores

"O Brasil está cheio de pregadores evangélicos. Algumas igrejas estão tomando os bens das pessoas. Há casos de doações de imóveis, carros e até de empréstimos contraídos. Muita gente está arrependida de ter se desfeito de seus bens e se sente enganada." A acusação foi feita por Ricardo Monteiro Souza (conhecido como Mandella), representante do Movimento Negro São Paulo, que considera inadmissível igrejas se tornarem "verdadeiros antros de corrupção".

Tubarões e jacarés

"Salve Santo Antonio, São João e São Pedro. Salve os meninos em situação de rua do centro de São Paulo", bradou José Gomes Pinheiro, delegado dos Meninos e Meninas da região da Sé. Ele também parabenizou a Polícia Federal pelas operações que estão sendo desenvolvidas. "Pela primeira vez, a Polícia Federal está colocando na cadeia grandes tubarões e jacarés, e não apenas os ladrões de galinha."

Lado mau da escola

José Roberto Alves da Silva, do Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública, disse que a mídia divulga apenas quem a paga para isso. Segundo ele, foi publicada pesquisa da Apeoesp que dá conta de que 90% da violência escolar é praticada por alunos. Entretanto, não houve divulgação de outra pesquisa (que circula na internet), feita pela Unesco, que trata da corrupção nas escolas. Silva destacou a manipulação de dados e a cobrança irregular de taxas de matrícula, de materiais, provas e uniformes. "Falta transparência e democracia nas escolas públicas", concluiu.

Sem cobertor

Robson César Correia de Mendonça, do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua de São Paulo, disse que a mídia mostra o prefeito Gilberto Kassab dizendo que a cidade está uma maravilha, mas não apresenta a tunga promovida por sua administração contra a população de rua. Segundo ele, enquanto uma secretaria municipal entrega cobertores àquelas pessoas, logo atrás vem uma viatura da Guarda Civil Metropolitana retirando delas os mesmos cobertores e outros pertences. "É uma verdadeira afronta aos direitos e uma expressão do abuso de poder", atacou.

Discussão vergonhosa

Sebastião José da Silva, representante da sociedade civil, criticou os senadores Aloizio Mercadante e Tasso Jereissati por promoverem discussão "vergonhosa" envolvendo um funcionário daquela Casa de leis. O orador também se disse indignado com o PTB, que, segundo ele, escreve o número 14 na carteira de trabalho e é integrado por figuras como Roberto Jefferson, Celso Pitta e Fernando Collor de Mello. Sobre este último, Silva atribuiu a responsabilidade por sua reabilitação na cena política ao presidente Lula.

Mais viaturas nas favelas do Guarujá

Ressaltando que falava do governo Serra e não do governador, Maria Lima Matos, delegada de polícia aposentada, disse que o governo estadual "é uma vergonha do estado democrático de direito", uma afronta às leis nacionais e internacionais, no que se refere a direitos humanos. Lima manifestou seu inconformismo pelo fato de esse governo, segundo ela, não reforçar o patrulhamento nas favelas do Guarujá, local onde ocorrem 90% dos homicídios daquele município.

Lazer e cultura na periferia

José Leonilson de Queiroz Almeida, do Instituto Capivari "Filhos da Terra", disse que, não bastasse o fato de o Estado de São Paulo ser carente de espaços culturais e de lazer, esse governo ainda restringiu o programa que oferecia atividades recreacionais nas escolas públicas nos finais de semana. Segundo ele, esse programa ainda possibilitava aos pais verificarem se as escolas tinham a manutenção necessária. Leonilson reforçou que "é necessário criar alternativas para os jovens da periferia".

Comissões para pessoas especiais

Membro do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Marcelo Francisco Vilas informou que, de 27 a 31/7, será comemorada a "Semana da Sensibilização da Pessoa com Deficiência". Vilas também reivindica a criação de comissões permanentes na Assembléia Legislativa e na Câmara Municipal de São Paulo que tratem especificamente dos direitos dessas pessoas especiais. Ele pede também mais celeridade para os projetos de lei que versam sobre questões dos deficientes físicos. Vilas conclamou a união de forças para melhorar a situação dessas pessoas.

Governo operário, não corrupto

"Não se pode generalizar, dizendo que o governo Lula é corrupto", protestou Josanias Castanha Braga, do Movimento Social de Parelheiros. Ele reclama que há muita gente que chama o governo de corrupto, mas pertence a partidos aliados, que compõem a base governista. Castanha afirma que, "na verdade, o que tem incomodado mesmo é o fato de o Brasil estar sob o comando de um torneiro mecânico, de um operário", e não mais nas mãos da elite que sempre governou o Brasil.

A corrupção é enorme

Por sua vez, Marco Aurélio Cinaqui Amaral, do Rotaract Vila Formosa, afirmou que o governo não tem moral alguma. Classificou a base governista como "a mais corrupta na história do Brasil". Marco Aurélio, que pertence ao Democratas, disse que faz oposição desde o início do atual governo e que pode criticar com liberdade. Ele reclamou ainda da postura de Lula no caso em que a Bolívia estatizou a exploração de gás: "o presidente abaixou a cabeça", praticamente "doou a Petrobrás aos bolivianos", ele completou.

Analise crítica

No dia em que o Grêmio Social e Esportivo Sudeste completou 12 anos, Mauro Alves da Silva disse que a associação tem apresentado um programa diário de rádio, ocasião em que fornece dicas para o consumidor e incentiva o exercício da cidadania. Ele também observou que a defesa dos governos deve ser feita pelos seus representantes e que o papel do cidadão, verdadeiro detentor do poder delegado, é fiscalizar e exigir prestação de contas do que o governo realiza.

Despejo evitado

Merice Andrade de Quadros, da ONG Embu-Guaçu em Ação, contou que, graças à intervenção da entidade, um despejo que ocorreria no final de semana no município foi evitado. Ela agradeceu ao prefeito da cidade pela compreensão e enfatizou que quando o político faz algo bom deve ser elogiado, assim como deve ser criticado quando erra. Para Merice, a polícia só intervém quando estão envolvidas pessoas pobres e faveladas e não em casos em que há pessoas da classe média-alta, como os alunos da USP que invadiram a reitoria da universidade.

Conselhos tutelares contra os alunos

Rosângela Veiga da Silva, do NAPA, criticou os conselhos tutelares que, segundo ela, não respeitam o Estatuto da Criança e do Adolescente. "Os alunos são tratados como bandidos". Afirmou que os conselhos não tomam providências quando os professores humilham os alunos, mas somente quando professores sofrem alguma agressão. "O aluno pode ser atacado e humilhado?", perguntou.

Filhos da ditadura

Wiliam Aguiar do Prado, do Movimento de Saúde Parelheiros e Marsilac, referiu-se a alguns cidadãos que ocupam a tribuna como "filhos da ditadura". Em sua opinião, essas pessoas dizem que defendem os menos favorecidos mas só estão interessadas em ganhar dinheiro e ter poder. Acrescentou que para a cadeia só vão os pobres e não os mais favorecidos. "É muito fácil subir aqui e falar que o Lula é ladrão, mas se esquecem de dizer o que o governo faz pelo povo do nordeste e para as pessoas pobres, que estão tendo acesso à universidade", argumentou.

Policiais unidos

Para José M. Leal, do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, o momento é muito difícil, especialmente para os policiais civis e militares. Segundo ele, há muitos anos a categoria não tem uma reposição salarial condizente com as suas necessidades. Convocou todos a comparecer à reunião que ocorrerá no próximo dia 19/6 às 15 horas, na rua Tabatingüera, 278, quando serão discutidas as próximas ações da categoria. "É uma boa oportunidade de mostrarmos que estamos unidos", concluiu.

Saúde precária

A saúde de Embu-Guaçu está um caos, segundo Alcionei Soares, secretário-geral do PT no município. Contou casos de pacientes que não foram atendidos e que tiveram dificuldades até para serem removidos por falta de motorista para a ambulância. Alegou que a verba de 100 mil reais destinada à saúde da cidade ainda não foi aplicada. "Peço aos políticos que olhem para a saúde de Embu-Guaçu, que é prioridade", reivindicou.