Evento questiona a permanência do exército brasileiro no Haiti

Para debater a questão da necessidade da permanência do exército brasileiro no Haiti e para fazer um relato das discussões que aconteceram na Conferência Mundial Aberta Contra a Guerra e a Exploração, o deputado Adriano Diogo convidou, entre outros, o frei João Xerri e o sindicalista Julio Turro, que deram seus depoimentos sobra esses temas.
Abrindo a reunião, Júlio Turro, diretor da CUT, fez um breve balanço da conferência mundial realizada em Argel, de 27 a 29/11/2010, com a presença de delegados de 52 países, entre eles o do Haiti, Fignolé St-Cyr.
St-Cyr naquela ocasião ocupou a tribuna para, em nome da Central Autônoma dos Trabalhadores do Haiti (Cath), denunciar a opressão que o sistema capitalista internacional vem exercendo sobre seu país e como a ajuda da comunidade internacional, após a tragédia de 12 de janeiro " quando um terremoto de magnitude 7 na escala Richter destruiu o país " ajudou a Cath a "levantar a cabeça e organizar a resistência dos trabalhadores haitianos". "Entretanto, a ocupação militar e a dominação de potências estrangeiras são o principal obstáculo para qualquer reconstrução do país", declarou.
Júlio Turro, que já esteve no Haiti duas vezes, disse que a Minustah " Missão da ONU no Haiti, chefiada pelo Exército brasileiro " acumula um saldo negativo nas ações que deveriam ter sido realizadas nos cinco anos anteriores ao terremoto e, também, neste quase um ano depois da tragédia. "No final de 2010, quando estive no Haiti pela segunda vez, ainda havia uma população de mais de um milhão de habitantes vivendo em tendas. Além disso, os soldados do Nepal foram responsabilizados por terem levado o cólera para o Haiti e disseminado o vírus entre a população local".
Além dessas denúncias que envolvem a Minustah e particularmente o Exército brasileiro como chefe da missão, Turro fez outras, como a de que o atual presidente, René Préval, que adiou as eleições e prorrogou seu mandato por mais seis meses, está no poder graças às tropas da ONU. Turro falou que a presidente Dilma tem a obrigação de rever essa liderança do Brasil na ONU e que o Haiti precisa de médicos, enfermeiros e engenheiros que ajudem na reconstrução do país, não do exército para reprimir o povo.
O frei João Xerri também declarou sua contrariedade com essa permanência do Exército em território haitiano e disse que ela alterou toda a simpatia do país pelo Brasil, em função da repressão que os soldados brasileiros vem exercendo sobre o povo. Ele pergunta se é essa a imagem que o Brasil quer. Além disso, frei João disse não entender os critérios usados para permitir o retorno do ditador Baby Doc que, depois de gastar na Europa todo o dinheiro que tirou do povo haitiano, voltou para o Haiti sob a proteção da Minustah, enquanto que o presidente democraticamente eleito, Jean Baptiste Aristide, continua no exílio na África do Sul.
O deputado Adriano Diogo acrescentou às questões apontadas por Turro e frei João outras tantas, como o mal explicado suicídio do general brasileiro comandante da Minustah. O deputado disse ainda que "o núcleo duro do Exército está usando o Haiti para treinar a prática da repressão contra o povo do Haiti e usá-la aqui, como já começou a fazer nas favelas cariocas". Adriano Diogo quer que a reunião desta quarta-feira, 2/2, sirva para abrir um diálogo com a presidente Dilma no sentido de rever algumas posições do governo anterior na área dos direitos humanos, porque ela própria já sinalizou que essa é uma das suas preocupações, quando visitou as mães da Praça de Maio, na Argentina. Nesse sentido, foi escrita uma carta para Dilma pedindo a volta dos soldados e pedindo que a presidente receba Fignolé St-Cyr em sua visita ao Brasil, agendada para abril.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações