Novas regras da Anatel favorecem usuários da telefonia móvel






Na esteira da tendência mundial, mas bastante relevante no Brasil, o setor de telefonia móvel experimentou grande evolução nos últimos anos. Hoje, 90% da população brasileira possui telefone celular. O bloqueio desses aparelhos, utilizado pela maior parte das operadoras GSM no país, é uma limitação que muitos usuários gostariam que não existisse.
Representantes da Claro, TIM e Vivo admitiram aos deputados da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, nesta quinta-feira, 4/10, que seguem a praxe do mercado para evitar que telefones celulares vendidos com preços subsidiados sejam utilizados em outras operadoras. Ou seja, sem o bloqueio, acabariam os subsídios para os aparelhos. Marcelo Pereira, diretor de assuntos regulatórios e externos da Claro, Carlos Cupo, diretor territorial da TIM e Hilton Teixeira Mendes, diretor de desenvolvimento de terminais da Vivo, foram ouvidos pelos membros da comissão e fizeram uma apresentação sobre a atividade das empresas, destacando a melhoria da qualidade dos serviços, e a queda do custo das tarifas.
Marcelo Pereira exemplificou que, em 1996, o usuário pagava, somente pela linha do aparelho, R$ 117 por mês. Atualmente, com um gasto mensal de R$ 5, consegue manter seu celular pelo menos para receber ligações. Segundo ele, o número de reclamações pelos serviços prestados também vem diminuindo. Em um universo de mil usuários, em 2005, a empresa registrava 0,39 reclamações/mês. Hoje, esse índice caiu para 0,18. "Ainda não somos perfeitos, mas a qualidade tem melhorado consistentemente", afirmou.
O nível alto de tributação sobre a telefonia foi destacado pelos três convidados. Segundo Carlos Cupo, 32% a 40% do que o usuário paga são relativos aos impostos, principalmente o ICMS. O presidente da comissão, Alex Manente (PPS), sugeriu que aquele órgão técnico faça gestões junto ao governo do Estado para tentar reduzir a alíquota do imposto e baratear o custo ao consumidor.
Segundo o representante da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Bruno de Carvalho Ramos, o prazo máximo para bloqueio dos aparelhos é de 12 meses e o usuário tem o direito de cancelar o bloqueio quando quiser. De acordo com ele, as regras têm de ser muito claras para o usuário. O regulamento de 2002 utilizado pela agência, segundo ele, pecava pela falta de transparência. Já sua atualização, publicada neste ano, priorizou o entendimento do usuário quanto às regras e tem um capítulo destinado à venda de aparelhos, que deve ser feita por intermédio de contrato à parte da prestação dos serviços. Outro passo, segundo Ramos, é a fiscalização do cumprimento dessas normas pelas empresas, que não cumpririam as regras estabelecidas pela Anatel. Em resposta a questionamento feito pelo deputado Rui Falcão (PT), Ramos afirmou que "há um embate diário de fiscalização para que as prestadoras observem o regulamento".
Falcão também perguntou a respeito das metas de universalização dos serviços. Ramos esclareceu ser uma exigência da Anatel que todos os distritos-sede de municípios tenham cobertura móvel. A previsão é que em 2008 essa meta seja alcançada. Carlos Cupo lembrou que a indústria evoluiu, mas precisa da contrapartida do Estado para ampliar a base de telefones móveis.
Considerando a alegação de que a carga tributária seja um dos fatores responsáveis pelo bloqueio dos aparelhos, Rui Falcão lembrou da desoneração tributária registrada nos últimos anos. "Houve quase R$ 40 bi de desoneração real nos últimos dois anos". Ainda sobre a questão, Rui Falcão defende a idéia de levar o assunto ao governador José Serra.
Os deputado Enio Tatto (PT) e Mozart Russomano (PP) relataram dificuldades do usuário para obter o cancelamento da linha telefônica, via call center. Enio Tatto contou que "sentiu na pele" essa dificuldade, e perguntou se não seria o atendimento deliberadamente dificultado para que o usuário desistisse de sua intenção de cancelar a linha. Russomano questionou sobre o tempo permitido para que o usuário obtenha atendimento.
De acordo com o representante da Anatel, já é obrigatória a imediata comunicação do número do protocolo de solicitação do cliente logo no início da ligação telefônica. O cancelamento tem de ser feito, a partir daí em 24 horas, no máximo. Caso não ocorra o cancelamento, o usuário não é mais obrigado a pagar pela linha. Segundo Ramos, os postos de venda também estão obrigados a encaminhar os pedidos de cancelamento. Ramos ponderou, entretanto, que não adianta a regulamentação dos serviços se o consumidor não estiver ciente dos seus direitos.
João Barbosa (DEM) quis saber qual o motivo do custo elevado da tarifa cobrada pelo aparelho pré-pago. Segundo Carlos Cupo, a principal razão seria a incidência dos tributos. Outro motivo seria a inexistência de garantia da receita. "O pré-pago é um produto em que o cliente não tem fidelização com a operadora". Mas segundo ele, a TIM sempre oferece promoções, extensivas aos clientes da base.
O representante da Anatel esclareceu ao deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) que a agência exige a medição da radiação emitida pelas antenas de celulares para expedir qualquer licença de funcionamento. O deputado manifestou preocupação quanto aos possíveis danos acarretados à saúde da população vizinha, levando em conta a expansão prevista.
Participaram também os parlamentares Davi Zaia (PPS), Hamilton Pereira (PT), Patrícia Lima (PR) e Said Mourad (PSC), além de representantes do Pro-teste, do Procon, da OAB e da Associação dos Usuários da Telefonia.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações