Diante das obras de Paulo Solaris temos a sensação de que o pintor exerceu um esforço instintivo para dominar uma explosão ou um movimento, de onde surge uma obra incandescente, embora controlada e casual. As experiências artísticas, por ele intensamente vividas, foram sempre aprofundadas, interiorizadas, de conformidade com sua necessidade de traçar uma estrutura que coordena toda a composição.

Ao se exprimir, Paulo Solaris inicia e alcança a determinação de criar uma paginação ideal. Paralelamente, estratifica de modo construtivista em planos sucessivos, muitas vezes cruzados, a pressão de seu traço, obtendo a fixação de uma imagem em movimento dentro de um espaço articulado.

Dessas considerações emerge claramente que sua invenção é sempre dominada por uma profunda exigência arquitetônica, musa secreta de seu trabalho artístico. Dentro desses vãos arquitetônicos, ele aplica linhas de tensão simultaneamente às coordenadas estáticas que regem a situação. Em suas obras, tudo isso se traduz num mimetismo que para o artista trata-se de um comportamento e de uma participação racional à vitalidade do mundo que o circunda.

Com a magia própria de um conto real, o artista penetra suas indecisões e proezas no mundo da máquina. Qualidade, originalidade, segurança técnica e um cromatismo que conserva uma forte luminosidade dão à obra Arte para Senna, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, uma clareza na sua partitura sempre aliada de íntimas ressonâncias, de onde emerge a figura de um ser humano que marca a vida brasileira sobretudo por suas qualidades interiores: o piloto Ayrton Senna.

O artista

Paulo Solaris nasceu em São Paulo, em 1952. Já aos 5 anos de idade, levado por seu pai, esteve pela primeira vez no autódromo de Interlagos assistindo a uma corrida de automóveis. Desde pequeno, teve como fonte de inspiração para seus desenhos os carros e os aviões, sua outra grande paixão. Para o artista, o que importa não é o fato esportivo, mas, sim, a plástica deste esporte, as formas, as cores e movimentos, o porquê de o homem correr.

Participou de inúmeras exposições coletivas e salões de arte, entre eles: Salão de Artes Embraer, São José dos Campos, SP (1982); Secretaria do Estado da Cultura, São Paulo, SP; Oficina Cultural da Água Fria Jacob Schick, São Paulo, SP; 5a Conferência Internacional de Metafísica, São Paulo, SP; Espaço Cultural Merchandise, São Paulo, SP; Instituto Alberto Mesquita de Camargo, São Paulo, SP; Salão de Artes da Universidade São Judas Tadeu (1992), São Paulo, SP; Holiday Inn Hotel, Hollywood, USA; Espaço Cultural Anton Philips, São Paulo, SP; Hilton Airport Hotel, Miami, USA (1996); Arte Shopping Barretos, São Paulo, SP; Brazilian Art Show, Washington, USA (1997); Universidade de Santo Amaro, São Paulo, SP (1999); Salão Tannenwald, Nova Petrópolis, RS; Universidade de Itajaí, Vale do Itajaí, SC; Casa de Cultura de Camboriú, SC (2000); Ford of Coral Gable, Miami, USA (2002); Galeria Kanvas no Hotel Hilton, São Paulo, SP, SP (2004).

Entre as mostras individuais que realizou, destacam-se: Hotel Transamérica, São Paulo, SP (1993/1998); Amaam, Amigos do Museu de Arte Moderna, São Paulo, SP; 1a Exposição Nacional de Carros e Motos de Competição, Americana, SP (1994); Hotel Transamérica, São Paulo, SP; 2a Exposição Nacional de Carros e Motos de Competição; Feira Educart, Parque Anhembi, São Paulo, SP (1995); 4a Exposição Nacional de Carros e Motos de Competição, Americana, SP; Abn-Amro Bank, São Paulo, SP; Autódromo de Interlagos, São Paulo, SP; Clube Esperia, São Paulo, SP; Hotel Sofitel, São Paulo, SP; Honda Motors do Brasil, São Paulo, SP (1998); Shopping Morumbi, São Paulo, SP; Varig Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo, SP; Shopping Eldorado, São Paulo, SP; Hospital Albert Einstein, São Paulo, SP (2001); II Estoril Historic Festival, Estoril, Portugal (2003); Shopping Iguatemi, Caxias do Sul, RS; Hotel Meliá, São Paulo, SP (2004).

Recebeu inúmeros prêmios no Brasil e no exterior