Audiência pública discute lançamento do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa



A discussão sobre a inclusão das indústrias de tabaco, bebidas alcoólicas e de armas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) predominou na audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira, 24/11, na Assembléia Legislativa.
O evento foi presidido pela deputada Rosmary Corrêa (PSDB), que o considerou importante para buscar o "caminho correto" na elaboração desse indicador. A deputada disse que o índice será referência para os investidores quando estes forem comprar ações na Bolsa.
Previsto para ser lançado no início de dezembro deste ano, o índice está sendo elaborado por um conselho deliberativo de nove membros e tem a consultoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além da indicação da Bolsa, fazem parte do conselho a International Finance Corporation (IFC), subsidiária do Banco Mundial; três representantes de investidores, como a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) e Associação Nacional dos Bancos de investimentos (Anbid).
Completam o conselho o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC); o Ministério do Meio Ambiente e duas organizações não-governamentais - Instituto Ethos e Ibase " também têm representantes. Este último, entretanto, se retirou deste conselho em razão de defender a exclusão liminar das empresas de tabaco.
Índice da Bovespa será o segundo no mundo
O superintendente-executivo de operações da Bolsa, Ricardo Nogueira, disse que nos EUA e na Inglaterra já existem índices semelhantes ao ISE, pois os investidores procuram saber sobre a responsabilidade social das empresas antes de investirem. Ele salientou que, como naqueles países não são as Bolsas de Valores que elaboram tal índice, a Bovespa será a segunda Bolsa de Valores do mundo a elaborar tal índice, pois apenas a Bolsa de Joanesburgo realiza esse trabalho.
Paula Johns, coordenadora da Rede Tabaco Zero, afirmou que o debate precisa ser aprofundado. Segundo ela, "o tabagismo mata 5 milhões de pessoas todos os anos, sendo 200 mil somente no Brasil". Paula defendeu a "exclusão automática" dessas empresas do rol das organizações com possibilidades de obtenção do selo ético. Ela afirmou, ainda, que o questionário foi tendencioso, pois ao inquirir sobre a natureza do produto colocou várias atenuantes, como a autorização de consumo somente por pessoas adultas.
O representante da FGV, Rubens Mazon, afirmou que o selo vai além da responsabilidade social, pois esta é apenas um dos pilares deste indicador, que está firmado também em aspectos econômico-financeiros, ambientais e de governança. Ele informou, ainda, que das 121 empresas que receberam questionários, 63 responderam. Mazon discorda de Paula Johns quanto a afrimação desta de que a sociedade não teve oportunidade de participar dos debates. Segundo ele, foram realizadas várias audiências públicas e ampla divulgação por órgãos de imprensa.
Conseqüências do consumo
Membro da Associação em Defesa da Saúde dos Fumantes, Sílvio Tomietto, disse que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária "não regulamenta nem fiscaliza" as indústrias de tabaco. Segundo ele, a Agência declara que, embora a atividade seja legal, não há marcas de cigarro que possam ser classificadas como menos prejudicial à saúde.
Quanto às bebidas alcoólicas, o psiquiatra Cláudio Silva, da Unifesp, disse que a discussão é mais complexa, pois a propaganda, nesses casos, é autorizada. Há apenas ressalvas quanto à necessária moderação. Cláudio salienta, entretanto, que mesmo o não dependente do alcoolismo pode sofrer conseqüências se ingerir a bebida em "situações, condições ou locais inadequados".
O Instituto de Defesa do Consumidor, representado por Luis Marrey, se disse favorável à exclusão automática dessas empresas cuja natureza do produto prejudiquem o consumidor.
Durante o evento, Nise Hitomi Yamaguchi, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica do Estado de São Paulo, mediadora do encontro, pediu um minuto de silêncio em razão da morte de José Rosemberg, médico de 94 anos, "que combatia e ajudava muito" nesta luta contra o tabagismo.
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