Dentre os esportistas, há uma máxima de que quem quer ser campeão não escolhe o adversário. Estão certos os atletas. O mesmo vale para a política. Quem quer eleger os seus representantes tem que confiar na consistência de suas propostas e no valor dos serviços já prestados à sociedade. Ao PSDB pouco importa quem venha a ser o futuro candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo. Seja quem for, ela ou ele, terá que carregar nas costas o fardo da inépcia e da corrupção que corrói o governo Lula da Silva.

Isso não significa dizer que eu não tenha minha preferência. Ela atende pelo nome de Marta Favre, ex-Suplicy. Uma adversária com um passivo como o dela nos oferece sempre aquela oportunidade ímpar de pôr competências inexistentes a nu. O que não é pouco. Quem teve a chance de ler a entrevista que a ex-prefeita concedeu ao jornal O Estado de S. Paulo, em 11 de dezembro, sabe bem de que falo. O que ali se pôde ler é mistificação pura, falta de apego à verdade. A ex-prefeita faz parte daquele grupo de pessoas que não aprendem nunca. Que jamais conseguirá, por mais que queira, sufocar a arrogância curtida na Casa Grande em que foi criada.

Sugiro ao leitor que visite o site Primeira Leitura (www.primeiraleitura.com.br) e leia com a devida atenção o artigo postado pelo jornalista Reinaldo Azevedo em 12/12/2005, sob o título "Marta no Estadão: o lado, o outro lado e a verdade". As falas da ex-prefeita não resistem aos fatos.

Nunca é demais lembrar, como fez Azevedo, que:

- A administração José Serra (PSDB) conseguiu diminuir o custo do metro quadrado de construção de escolas de 13% a 47%, além de baratear os uniformes escolares em 7%, o que representou uma economia de R$ 4 milhões, só com os uniformes;

- A gestão Marta não só não inaugurou um mísero leito hospitalar na cidade, como eliminou 613;

- A administração passada deixou para a atual um papagaio de mais de R$ 500 milhões com a Eletropaulo, além de uma dívida da ordem de R$ 2,1 bilhões.

A lista de desmandos é extensa, do tamanho da incompetência, marca inequívoca da gestão anterior, que sempre se pautou pela propaganda enganosa a cargo de Duda Mendonça, o ex-patrão do atual marido da ex-prefeita. Nunca é demais lembrar que Marta Suplicy foi, até bem pouco, vice-presidente do diretório nacional do PT, que tinha Delúbio Soares como seu tesoureiro. Que a mulher do professor goiano tenha sido secretária da ex-prefeita não há de ser obra do acaso nem detalhe sem importância.

Por essas e tantas outras que virão a público na hora devida, seria delicioso ter Marta como candidata do PT ao governo de São Paulo. Boa sorte, senhora.

Milton Flávio* é professor de Urologia da Unesp, deputado estadual pelo PSDB e vice-líder do governo na Assembléia Legislativa de São Paulo

miltonflavio@al.sp.gov.br

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