Um dos problemas anunciados pelos ecologistas, e que deveria ter sido evitado, está ocorrendo na represa de Guarapiranga: a proliferação descontrolada de cipós aquáticos.Estas plantas, oriundas da represa Billings, começaram a se proliferar desordenadamente em 2003, em conseqüência do volume de água transferido do braço do Taquacetuba desde o ano 2000 pela Sabesp e está causando grandes transtornos para os clubes náuticos, uma vez que prejudica a navegação e impede a medição da qualidade da água coletada.A denúncia foi feita ao deputado Giba Marson, líder do PV na Assembléia, pelo ambientalista e diretor de Meio Ambiente do Clube de Campo Castelo, Udo Carlos. "Esses cipós, que crescem no manancial quando o nível de água está baixo, desprendem-se do fundo do reservatório na época das cheias e são levados para as marinas, sendo de difícil remoção. Os enlaçamentos menores são deslocados pelo vento para o meio da represa e podem causar acidentes aos navegadores", alertou.O diretor do Clube de Campo Castelo disse que, no temporal ocorrido em 30 de março passado, houve um deslocamento de cipós aquáticos emaranhados de extensão equivalente a um campo de futebol. Estes cipós foram levados pelo vento até a área de captação da Sabesp na represa de Guarapiranga, o que dificultou o acesso dos barcos e a medição da qualidade da água."O mais estranho é que essa vegetação, com tamanha dimensão, foi exportada da Billings para a Guarapiranga sem que nenhuma autoridade tivesse tomado qualquer providência para evitar sua proliferação e os danos materiais e ambientais que o fenômeno pode provocar. Diante disso, as perspectivas são preocupantes, se levarmos em conta os microorganismos e algas tóxicas que podem vir a ser transferidos para a Guarapiranga do braço do Taquacetuba, que não estão sendo devidamente monitorados pela Sabesp", alertou o ambientalista.Atento à situação, ainda nesta semana o deputado Giba Marson vai verificar in loco as condições da represa de Guarapiranga e solicitar à Sabesp e Secretaria Estadual de Meio Ambiente as providências necessárias para evitar que o problema se agrave ainda mais.lidpv@al.sp.gov.br