A pintura de Rosa Godoy é rica de temas tipicamente brasileiros e personagens indígenas. Elabora com precisão cuidados estéticos e de estilo. Sua extraordinária familiaridade com a cor transforma suas obras em verdadeiros arco-íris ricos de cromatismo.

Atrás da luminosidade de suas cores, a pesquisa de Rosa Godoy se libera em direção de novas soluções estilísticas expressando uma autenticidade voltada ao lirismo.

O seu código de comunicação é sóbrio, mas sua leitura torna-se clara, preparando a uma fruição imediata e emotiva. Nesse lance de recuperação, onde se desejaria salvar a originária condição do Criador e do homem, ela nos incita a observar que a natureza humana é feita também de alegrias e de silêncios comovidos.

Sua arte se direciona no sentido de uma busca formal e cromática mais pura, recusando o fácil e o gratuito que se materializa em cada técnica das quais experimenta as possibilidades expressivas, sempre na alternativa de comparar síntese estilística e realidade. A técnica empregada e desenvolvida pela própria artista tem o nome de aquarela por depósito, pois deposita tom sobre tom

Suas formas e cores se decantam em pintura minuciosa cheia de luz. Seus temas mais freqüentes convergem em defesa da natureza, mas com ênfase nos povos indígenas do Brasil Central e seu habitat. Um exemplo excelente é a obra Índia Carajá, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, onde a mensagem de Rosa Godoy, enraizada e solitária no seu universo idílico, é a poesia de uma natureza ainda inalterada que reclama para si o ser humano antes de um epílogo irreversível.

A sua poesia é sincera e o seu cromatismo move-se com robusta e convincente matéria, segura nas vibrações ricas e atentas, nas modulações severas e difíceis. Tudo transforma-se num excelente resultado conquistado com empenho e sacrifício.

A Artista

Rosa Maria Mendes de Godoy nasceu em São Paulo no ano 1969. Formou-se em Química pela Universidade Ibirapuera (1994); cursou desenho com o professor Carlos Paulinete (1995) e, com o professor Mauro Guiron, cerâmica, mosaico, objetos cerâmicos e esmaltação, no Estúdio Terrano São Paulo em (1996). Concluiu o curso de Torno Cerâmico com o professor Oey Eng Goan no Sesc Fabrica Pompéia (2002).

Realizou várias exposições coletivas e individuais, destacando-se entre elas: Salão Internacional de Desenho - Galeria de Arte ABRA (1994); Galeria de Arte ABRA (1995); Exposição na Sala Júlio Prestes - São Paulo e mostra individual no Condomínio Monte Maggione - Morumbi (2002), e exposição permanente na Feira de Artes Plásticas República - SP. Em 1995 foi premiada em 2º lugar na categoria grafite.