Em reunião realizada nesta terça-feira, 6/6, a Comissão de Educação elegeu seu novo presidente, o deputado Roberto Felício (PT), por acordo entre os membros. Participaram da reunião a deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que até então presidia a comissão, e os deputados Geraldo Lopes (PMDB) e Edmir Chedid (PFL).

O deputado Edson Aparecido (PSDB), líder do Governo, compareceu à reunião para se declarar contra o acordo que elegeu Roberto Felício. Ele disse que nada tem contra o parlamentar eleito, mas contra a forma como o assunto foi deliberado. Segundo ele, as lideranças da base governista discordam e vão se manifestar num outro momento, porque o acordo não teria sido discutido com os partidos, como de costume acontece nas comissões da Casa. Edson Aparecido afirmou que a eleição de Roberto Felício, como presidente da Comissão de Educação, causou desproporção dos partidos no Parlamento. Ele acusou o PT de vitimar o PSDB com esse comportamento, mas disse que essa não será uma prática dos tucanos: "Jamais passaremos por cima da vontade popular".

Em resposta ao líder do Governo, a deputada Maria Lúcia Prandi afirmou que a composição das comissões já foi questionada judicialmente. Segundo ela, o PSDB e seus aliados não acataram a decisão da maioria dos parlamentares. Disse também que, no início do biênio, ficou decidido que o PT ficaria com a presidência da comissão, tendo em vista a história de educadores dos deputados Roberto Felício, Carlinhos Almeida e dela própria. Prandi disse que ficou definido um revezamento entre ela e Felício neste biênio. O acordo, segundo ele, teria sido discutido com as lideranças, especialmente com as que elegeram a atual Mesa Diretora, em processo acompanhado pelo deputado Renato Simões (PT).

O deputado Edmir Chedid (PFL) cumprimentou o deputado Roberto Felício e disse que acredita que o novo presidente vai trabalhar para melhorar a educação no Estado. Criticou o ex-secretário de Educação Gabriel Chalita, a quem atribuiu sucesso na venda de livros "Acho que ele deveria doar dinheiro para melhorar a educação de São Paulo". Também acusou o ex-secretário de desvios no FDE. O parlamentar elogiou o trabalho da deputada Maria Lúcia Prandi à frente da comissão e disse que espera que o novo presidente continue cobrando os órgãos governamentais, propondo melhoras e fiscalizando para "não roubarem o dinheiro público", finalizou.

Roberto Felício agradeceu a manifestação de confiança dos colegas. Disse que, se continuasse lecionando, teria hoje 35 anos e 5 meses no magistério público, onde atuou, durante um período, concomitantemente com o ensino particular. Lembrou a atuação de alguns deputados que estiveram na presidência da comissão, como os deputados Luiz Carlos da Silva (PT), Bia Pardi (PT) e César Callegari (PSB). Roberto Felício se disse honrado em ocupar o cargo e afirmou que dará continuidade à luta a favor da rede pública.

A deputada Maria Lúcia Prandi agradeceu o apoio recebido durante o tempo em que esteve à frente do órgão, "no palco das discussões pela educação no país". A petista criticou a base governista por impedir que sejam instaladas CPI importantes, que permitiriam fiscalizar irregularidades na área da educação. Parabenizando o presidente eleito, desejou-lhe sucesso na luta pela melhoria da escola pública no país.