O programa Assembléia Convida, produzido pela TV Assembléia, tem o formato de uma entrevista: um dos deputados da Casa faz entrevista de uma personalidade, seja do mundo político, das artes ou da cultura por ele convidado. Nesta segunda-feira, 14/4, irá ao ar a entrevista que o líder do PSOL na Casa fez com a presidente do partido, Heloísa Helena. Carlos Giannazi declarou que Heloísa é um exemplo de que se pode fazer política sem necessariamente ter um cargo eletivo. "Ela é uma missionária da política no sentido de buscar sempre o bem-estar coletivo e a igualdade social. Abriu mão de possivelmente tornar-se membro do alto escalão do atual governo em nome de sua dignidade e coerência", afirmou.

Sobre educação, Heloísa Helena informou que já apresentou na Câmara Federal projeto de lei que institui o ensino infantil obrigatório. Apesar de aprovado naquela instância, o PL foi rejeitado no Senado. "Se o Estado adota as crianças carentes, impede que elas estabeleçam laços com o crime organizado, além de incentivar seu desenvolvimento intelectual na idade mais importante". Sobre a epidemia de dengue, que, segundo Giannazi, há previsões de expansão para 16 Estados brasileiros, a presidente do PSOL disse ser inaceitável que, em pleno século XXI, ainda morra gente desta doença epidemiológica.

Giannazi perguntou a Heloísa sua opinião sobre medida provisória enviada ao Congresso Nacional que flexibiliza as relações de trabalho. "Entramos com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a medida. É inaceitável que sempre sobre o pior para o trabalhador, que lutou tanto para conquistar seus direitos", respondeu ela. "Em vez de fazer reforma trabalhista, o governo federal deveria alterar sua política econômica e tributar os grandes investidores, reduzindo a carga tributária da classe média", ponderou.

Heloísa finalizou asseverando que o PSOL é pequeno, mas é o partido que existe para representar a esquerda histórica, que, segundo ela, não morreu.



Entrevista



Em rápida visita à Assembléia Legislativa, a presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena, falou ao Diário do Poder Legislativo e salientou que o socialismo é a mais bela declaração de amor ao planeta, mas que infelizmente ainda não foi vivenciado. Em países que se diziam comunistas, primeira etapa para se chegar ao socialismo, o que se presenciou foi uma ditadura cruel, longe dos verdadeiros ideais.

Em relação ao poder, ela declarou que já aprendeu muito desde que entrou para a política e que sempre defendeu o seguinte: "só enriquece quem é ladrão, pois o poder não muda as pessoas, ele as revela. O poder nada mais é do que o reflexo do esplendor, que em muitos casos é sinônimo de mau-caratismo. As instâncias de decisão política e os espaços de poder são proporcionais à mobilização da sociedade, no sentido de alterar os sistemas políticos", declarou Heloísa.