O poder do cooperativismo

Recentemente, participei da Fenacoop 2005 " Feira Internacional das Cooperativas, Fornecedores e Serviços, que reuniu 170 expositores, entre cooperativas, organizações representativas do setor, entidades de apoio ao empreendedorismo e fornecedores, de 22 estados brasileiros. Além das principais lideranças do setor, também esteve presente na cerimônia de abertura o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o que denota a importância deste segmento, que só no Estado de São Paulo conta com 2,3 milhões de cooperados, divididos em 1.045 cooperativas, que geram 39,5 mil empregos diretos.
Em 2004, dos R$ 18 bilhões movimentados pelo setor cooperativista paulista, o ramo do agronegócio foi responsável por R$ 10 bilhões, principalmente, por sua atuação em setores como o de açúcar e álcool, suco de laranja e café. Na média, os trabalhadores cooperados ganharam 2,53 salários mínimos a mais que o restante dos trabalhadores do campo. Se considerarmos este percentual como benefício social, seriam mais de R$ 6 milhões injetados em nossa economia.
Enquanto as instituições financeiras oferecem uma taxa média de juros de 9,23% (entre crédito pessoal, cheque especial e cartão de crédito), as cooperativas de crédito trabalham com um patamar de 4,75%. Em 2003, as cooperativas de crédito mútuo emprestaram cerca de R$ 400 milhões, enquanto a carteira de empréstimos das cooperativas de crédito rural, em 2004, chegou a R$ 670 milhões.
No Brasil, o ramo saúde reúne 98 mil médicos associados, que realizaram 41,6 milhões de consultas, o que gerou uma economia de R$ 139,8 milhões, se compararmos com o preço das consultas médicas convencionais.
Pesquisa recente da Craisa " Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André, fornecedora de 35 produtos da cesta básica, registra que, durante 72% do ano de 2004, a Coop ofereceu preços mais vantajosos aos seus cooperados que os outros supermercados da região
O crescimento do número de cooperativas de trabalho tem compensado a escalada dos índices de desemprego em todo o País. Ou seja, o cidadão vê nas cooperativas uma forma de driblar a escassez de postos de trabalho. Em 1996, havia cerca de 800 cooperativas de trabalho, já em 2004 este número saltou para mais de 2,3 mil. Enquanto isso, o ramo habitacional tem oferecido a tão sonhada casa própria a um custo entre 20% a 40% mais barato que o preço médio de mercado.
Todos estes dados evidenciam o desenvolvimento econômico proporcionado pelo sistema cooperativista e também possibilitam o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que leva em consideração indicadores de educação, longevidade e renda.
No país, 1.726 municípios contam com a presença de cooperativas, ou seja, 31,04% do total. Destes, 526 estão na região Sudeste, que conta com 1,89 cooperativa por município. Em São Paulo, o IDH dos municípios com cooperativas chega a 0,800, enquanto nos municípios sem cooperativas é de 0,769. O mesmo acontece em todos os Estados da região Sudeste. Estes resultados, se não comprovam, no mínimo indicam que a presença de cooperativas numa região traz benefícios econômicos e influenciam no nível de desenvolvimento da sociedade.
Mas ainda há muito que fazer. Tenho me empenhado no âmbito da Frencoop/SP, no sentido de aprovar o Projeto de Lei 269/05, que institui a Política Estadual do Cooperativismo, em tramitação em regime de urgência na Assembléia paulista. Embora o governador Geraldo Alckmin tenha indicado José Cláudio Alves da Silva como representante do setor na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), o PL estabelece uma representação permanente, além de promover a participação das cooperativas em licitações, a inclusão da disciplina cooperativismo nas escolas públicas e garantir a concessão de imóveis públicos para a criação de novas cooperativas.
Apresentei uma emenda ao PL 708/05, de autoria do governador, para incluir as cooperativas de crédito no regime tributário simplificado da microempresa e empresa de pequeno porte, também denominado "Simples Paulista", além do PL 671/05, que inclui a Fenacoop no calendário turístico paulista. Também estamos incentivando a criação de Frencoops municipais em todo o Estado, além do apoio à regulamentação das cooperativas de eletrificação rural e de trabalho.
Em meio a uma política econômica perversa, que mata a capacidade empreendedora no país, o desenvolvimento social, econômico e cultural do sistema cooperativista configura-se como um oásis na geração de emprego e renda em nosso Estado.
Arnaldo Jardim* é deputado estadual, líder do PPS na Assembléia Legislativa, e
coordenador da Frente Parlamentar pelo Cooperativismo Paulista " Frencoop/SP
arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
www.arnaldojardim.com.br
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