Das cores de suas aquarelas imaginárias ou figurativas, Cris Burger libera uma eloqüência poética

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
20/12/2006 14:26

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Cris Burger<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-CrisBurger.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cantareira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-CrisBurgerCantareira.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

É de se acreditar seriamente que, no espírito de Cris Burger, todo o mistério e todo o real da pintura se encontram na pincelada ou no seu prolongamento. O ato de pintar dessa artista alcança, pois, a sua suprema dignidade, porque é do método que ela aplica sobre os componentes que a obra obtém o seu estado de ressonância.

Em definitivo, é o amor com que ela transfere a cor para o papel, especificamente no caso da aquarela, que aquece e ilumina a obra. Uma mancha colocada sobre o papel procura assumir uma forma de luta com outras formas já colocadas sobre o mesmo papel. O resultado dessa disputa é o nascimento da obra.

A artista reconhece implicitamente a preeminência da cor e confirma, com esse reconhecimento à qualidade inata da função de aquarelista, que é fundamentalmente o emprego da cor o material base de sua arte. Os outros elementos " o ritmo, a proporção e os limites das formas, a sua organização, seja na superfície, seja em profundidade " são usados por Cris Burger somente com a finalidade de ordenar, de dominar a potência anárquica da cor e, sobretudo, de conduzi-la ao grau de intensidade que produz a luz, da qual, segundo a concepção da artista, tudo deve ser dominado e tornado vivo.

As definições de figurativo ou abstrato não se colocam para a artista como contradições e não provocam ruptura. Em sua obra, certos elementos se abstraem no seio de uma realidade figurativa e indicam claramente que a passagem de uma maneira para outra aconteceu sem ruptura e sem troca de significado. Sua pintura é essencial e intangível.

Na aquarela Cantareira, obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a artista conclui a conquista de uma ordem necessária, que das cores de cada uma de suas obras " figurativa ou imaginária " libera a mesma miraculosa eloqüência poética.

A artista

Cris Burger, pseudônimo artístico de Maria Cristina Burger, nasceu em Porto Alegre, em 1948. Formou-se em arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Iniciou-se em ilustração em 1975. Juntamente com Cláudio Ferlauto, montou o estúdio Qu4tro Design, em 1982, onde desenvolveu trabalhos de ilustração e design gráfico.

Freqüentou o ateliê de Rubens Matuck, em 1997, desenvolvendo trabalhos em aquarela. Em agosto de 2000, finalizou o curso de pós-graduação em Artes Plásticas na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo.

Participou de diversas exposições, das quais se destacam: Clube dos Ilustradores do Brasil, Masp, São Paulo (1983/1984); Clube dos Ilustradores do Brasil, MIS, São Paulo (1985); Brasil Design, revista Print, Nova York (1987); Clube da Criação de São Paulo; e Espaço Off, São Paulo (1989).

Possui obras em inúmeras coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp