Fala, Furlan!

Opinião
16/12/2005 15:45

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Deputado Milton Flávio <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/MiltonFlavio7.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

No ministério obeso de Lula da Silva " é forçoso e justo reconhecer ", há duas, três ou quatro ilhas de excelência. São as tais das exceções que confirmam a regra de uma gestão pautada pela mediocridade. Deste seleto grupo constam, não por acaso, ministros que desde sempre fizeram sua história ao largo do petismo, quando não em franca oposição aos preceitos da velha seita sindical. O ministro Luiz Fernando Furlan " do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior " é um deles. Roberto Rodrigues, da Agricultura, também dá dignidade ao time da exceção. Mas quero, agora, me referir apenas ao primeiro. Para não derivar.

Pois bem. Lá de Hong Kong, onde participa de reuniões da OMC (Organização Mundial do Comércio), o ministro nega que o governo ao qual pertence esteja atolado na lama evidente, mas bate pesado na falta de rumo que norteia o desgoverno de Lula da Silva e do ministro Antonio Palloci, o homem de Ribeirão Preto.

Disse o ministro Furlan, com todas as vírgulas e pingos: "O governo não faz sinalizações, não traça objetivos nem estabelece meios para atingi-los". O que o ministro quis dizer é o que se sabe: não há governo. O que há é um grupo político que tomou de assalto o Estado brasileiro e que joga todas suas fichas para se perpetuar no poder, por conta da ampla " e ineficiente " distribuição de esmolas, que atende pela alcunha de Bolsa-Família. Lula não gosta de pobres; ama a miséria, nas suas mais diferentes formas, a começar pela que passa pela inteligência. Lula da Silva é esperto. Embora de uma incompetência atroz.

Foi este mesmo Lula da Silva que, movido sabe-se lá por quais e tantos aditivos químicos, veio a público para se dizer vítima de um suposto arreganho autoritário das oposições. Não há, nunca houve, não haverá golpe à vista. As elites, das quais Lula e caterva fazem parte, estão satisfeitas como nunca. O ex-metalúrgico é a alegria dos rentistas. E também dos que passaram a comer uma banana por dia, por conta no inexistente Fome Zero, rebatizado de Bolsa-Família. O máximo que o presidente se permite, em termos intelectuais, é assistir a missas do padre Lancellotti. Se me entendem... Frei Betto já está em outra.

Para ser, de fato, coerente, o ministro Furlan deveria pegar o boné e voltar para casa. Mas vai ficar. Lula da Silva é um homem de sorte. Não se pode dizer o mesmo dos brasileiros.

*Milton Flávio é professor de Urologia da Unesp, deputado estadual pelo PSDB e vice-líder do governo na Assembléia Legislativa de São Paulo

miltonflavio@al.sp.gov.br

www.miltonflavio.org

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