Célia Messias se exprime e conta através das imagens seu encanto poético



Síntese de expressões e de sentimentos, onde a cor, às vezes monocromática, possui uma particular musicalidade que supera os significados dos estímulos visuais, a obra de Célia Messias denota uma escritura minuciosa, rica de sombras e nuances onde se adverte, o toque de uma artista hábil, sensível e - por que não? - sonhadora.

Na pintura dessa artista, mesmo quando não transparece o grafismo, sente-se que sob a cor existe um desenho robusto e sensível que sustenta a estrutura.

A artista não se limita a pintar, mas com suas obras nos envolve narrando seus contos com uma voz convincente e apaixonada de quem é entusiasta de sua terra natal e de suas descobertas.

Suas baianas sem vulto estão inseridas num contexto histórico, folclórico e paisagístico da velha Bahia: desde a lavagem das escadarias do Bonfim, ou preparando quitutes ou fazendo oferendas, possuem movimento próprio.

Em seus temas e em suas formas circulam um calor de vida, uma presença natural, uma aceitação humilde e solene junto à verdadeira substância do ser humano, substância esta que se anima de energia e se compõe numa forma que o corte transforma grandiosa na linearidade dos conjuntos.

A obra "Baianas II", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, revela que a pintura, para Célia Messias, representa pesquisa, necessidade interior para se exprimir e de contar através das imagens seu encanto poético.



A artista



Célia Messias nasceu em Itabuna, Bahia, em 1943. Possui a licenciatura plena em educação artística com habilitação em artes plásticas pela Universidade Católica de Salvador.

Realizou cursos de pintura com Anna Georgina (1978); Waldo Robatto, Woodson Makelly, Salvador, BA, e Inês Spuras, São Paulo, SP (2002); abstrato, com Demétrio Muniz, São Paulo, SP; transparências, com Cecília Braun, São Paulo, SP; mosaico, com Miriam Daher, São Paulo, SP (2003); aguadas, com Geanette Reinis, São Paulo, SP; encáustica, também com Geanette Reinis, São Paulo, SP (2004); e texturas, com Ulisses Andrade, Salvador, BA (2005).

Participou de exposições coletivas na Panorama Galeria de Arte, Salvador, BA (1978/1979); Museu de Arte da Bahia, Salvador (1979); Centro de Cultura Adonias Filho, Itabuna, BA (1989); I Sala de Arte Moderna de Itabuna, BA; Centro de Cultura Adonias Filho, Itabuna, BA (1992); Panorama Galeria de Arte, Salvador, BA (1995); Galeria Walter Moreira, Itabuna, BA (1996 e 2003); Panorama Galeria de Arte, Salvador, BA; Maison Saint German, São Paulo, SP; Semana da Cultura , Centro de Cultura Adonias Filho, Itabuna, BA (2003); II Bienal do Jornal Agora, Itabuna, BA (2004); Chateau de Penthes Chambesy " Genebra, Suíça (2005); e Clube Naval do Rio de Janeiro, RJ (2006).

Realizou mostras individuais no Centro de Cultura Adonias Filho, Itabuna, BA (1991); Shopping do Pelô, Salvador, BA; Espaço Cultural Baby Beef, Itabuna, BA (1994); Centro de Cultura do Banco do Brasil, Itabuna, BA; Teatro Municipal de Ilhéus, BA (1995); Jequitibá Plaza Shopping, Itabuna, BA (2002); Centro de Cultura Adonias Filho, Itabuna, BA (2003); Sanlazzaro Espaço de Arte Salvador, BA (2004); e Jequitibá Plaza Shopping, Itabuna, BA (2006).

Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.