Seminário discute os problemas da economia brasileira
03/08/2007 16:52
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Uma análise das mudanças ocorridas na economia brasileira nas duas últimas décadas foi o foco de um debate na Assembléia Legislativa nesta sexta-feira, 3/8. Estratégias políticas erradas e a gradual transformação dos valores da sociedade foram apontadas pelos especialistas como fatores responsáveis pelo baixo crescimento econômico do Brasil após os anos 90.
O seminário Visão crítica da atual política econômica, organizado pelo deputado Davi Zaia (PPS), faz parte de uma série de atividades preparatórias em vários estados e antecedem a Conferência Caio Prado Júnior, marcada para agosto, para definir os rumos da esquerda democrática no país.
Renomadas autoridades do setor econômico, atuantes também na área política, compuseram a mesa. Entre eles os professores Yoshiaki Nakano, que foi secretário do governo Covas; Gilberto Dupas, coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional da USP e ex-secretário no governo Montoro; Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp e ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda no governo Sarney; e Júlio Almeida, membro da equipe do ministro Guido Mantega. Estavam presentes também o deputado federal Arnaldo Jardim e os estaduais Alex Manente e Davi Zaia, todos do PPS, além do presidente nacional do partido, Roberto Freire.
Gilberto Dupas trouxe uma reflexão conceitual da trajetória econômica mundial. Segundo ele, desde 1990, países como China, Índia e Coréia tiram proveito de uma grande onda de crescimento, oportunidade esta que o Brasil desperdiçou. O economista atribui o medíocre desenvolvimento brasileiro de 1990 a 2005 ao alinhamento à lógica de abertura às importações. "Basta abrir que tudo dará certo", citou Gilberto, referindo-se à crença de Fernando Henrique Cardoso nessa estratégia, e atualmente compartilhada por Lula. "E o Brasil caiu na armadilha do orçamento equilibrado", completa.
O quadro da economia brasileira no período de 1940 a 1980 foi retratado por Yoshiaki Nakano. Segundo ele, as metas de crescimento daquela época eram aceleradas, em torno dos 7% ao ano, e, ainda assim, eram atingidas. "O Brasil de hoje se perdeu, está sem estratégias", define Nakano.
Na opinião do especialista, a receita de crescimento de qualquer país passa pela industrialização, que por sua vez, exige investimento. "Essa é uma das falhas cometidas pelos atuais governantes", completou. Em vez de pólos industriais, o Brasil apostou nas exportações, o que resultou num breve processo de desenvolvimento de 2002 a 2003. A partir de 2004, no entanto, elas perderam seu impacto, enquanto as importações aumentaram.
Para 2007, os especialistas econômicos prevêem um PIB de 4,5%, em contrapartida, a demanda doméstica interna será de 6 a 7%. A diferença entre o que o Brasil consome e o que produz é sanada com a importação. Por isso, a dependência das importações giram em torno de 130 bilhões de reais ao ano.
Sobre a exportação, Nakano observa que ela é o motor de arranque da economia e deveria ser a grande geradora de empregos. Mas Gilberto Dupas questiona se isso é verdade. "Como explicar que os cargos que mais crescem entre os jovens brasileiros são os operador de telemarketing e o de motoboy?"
Nakano alerta ainda sobre a necessidade de avaliar a qualidade das exportações brasileiras. No Brasil, embora o ganho represente US$ 20 bilhões ao ano, é preciso diversificar a exportação de manufaturados, uma vez que a atual cesta de exportações se baseia em produtos primários. Além disso, a emergência de países como China e Índia tornou muito mais acirrada a competitividade por outros mercados consumidores.
Por isso, segundo especialistas, sobram poucas alternativas de crescimento futuro para o Brasil, entre elas, a construção civil e os biocombustíveis.
Luiz Gonzaga Belluzzo aborda outro viés para o emperramento econômico que, segundo ele, é decorrente de um desestruturação no processo social. "As mudanças nos valores sociais ocorreram numa velocidade incrível e nós não percebemos", ressaltou. Ele defende o ponto de vista de que a escola, a família e as organizações sociais não conseguem cumprir seu papel de esclarecer o cidadão. "A camada social tem de ser respeitada por sua função na sociedade, pelo que faz, e não pelo salário que ganha. Hoje, o ganho social é instituído como fator determinante de poder", completou. Ele afirma que a classe média, composta anteriormente por médicos, advogados, intelectuais, foi liquidada. Pesquisas mostram que basta ter renda familiar de R$1,8 mil mensais para pertencer à classe média. "Todas essas transformações geram consequências lastimáveis, como o espancamento de professores pelos excluídos sociais", exemplificou Belluzo. O especialista reforçou, assim, a urgência de uma reforma do Estado que solucione os vários problemas do país, uma vez que os de ordem econômica estão diretamente relacionados aos sociais.
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