Prefeita de São Luis do Paraitinga fala sobre ações

A prefeita de São Luis do Paraitinga, Ana Lúcia Bilard Sicherle, em entrevista feita pelo Diário da Assembleia, traça panorama sobre as principais ações da administração municipal e dos parceiros envolvidos na reconstrução da cidade, que sofreu grandes prejuízos com as enchentes causadas pelas chuvas no início do ano.
Agência de Notícias da Assembleia " Quais são, neste momento, as principais frentes de ação da prefeitura para reparar os danos causados pelas chuvas em São Luis do Paraitinga?
Ana Lúcia Bilard Sicherle " Estamos fazendo duas entradas da cidade, que foram totalmente danificadas: a entrada da Várzea do Passarinho e a entrada João Romã, cujas obras estão sendo feitas pela Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo, por meio de parceria. Tanto a contenção do morro quanto a do rio Paraitinga estão em andamento.
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e urbano (CDHU) está construindo 150 casas para atender famílias que tiveram suas casas totalmente danificadas pelas chuvas e também aquelas que estão instaladas em áreas de risco. Também assinamos com a companhia um convênio para a inserção no programa Cidade Legal, pois temos muitos loteamentos em que as pessoas não têm suas escrituras. Isso vai facilitar, inclusive, a obtenção de recursos pelo Poder Público para executar obras, principalmente no distrito de Catuçaba, onde ninguém tem título de propriedade. A CDHU também vai oferecer financiamento para pessoas que irão reconstruir na mesma área, para que elas tenham condições de reformar as suas moradias.
Agência de Notícias da Assembleia " Quantas pessoas ficaram desabrigadas?
Ana Lúcia " São no total 150 famílias, o que representa aproximadamente 750 pessoas que ficaram desabrigadas.
Agência de Notícias da Assembleia " Quais as medidas e ações em relação ao atendimento da população em geral?
Ana Lúcia " Em relação ao transporte, a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp) está arrumando algumas estradas da zona rural que foram afetadas.
Na área de saúde, o Estado enviou recurso de R$ 450 mil para podermos reformar o posto de saúde e construir uma sala para o Programa Saúde da Família (PSF) da cidade, que teve a sua antiga totalmente destruída. Também ganhamos bastante remédios do programa Dose Certa.
No setor da educação, nós reformamos as duas escolas que foram fortemente prejudicadas. Uma escola Infantil e uma escola do nível fundamental, situada no centro da cidade. Na escola do Estado, estão sendo construídas mais duas salas para atender os alunos do ensino médio, uma vez que a escola municipal Waldemar Rodrigues caiu totalmente. O Estado também vai construir uma escola nova. O município já doou o terreno na entrada da cidade e o projeto já está em fase de estudo. Conseguimos também dois carros da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e material escolar e mochilas para todos os alunos do município.
Os representantes de órgão estaduais de meio ambiente também começam a replantar em áreas de proteção ambiental que foram devastadas e desenvolvem um projeto de arborismo para a cidade.
Agência de Notícias da Assembleia " Quais são os outros parceiros da prefeitura no processo de reconstrução?
Ana Lúcia " A prefeitura tem parcerias com universidades: a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), a Unesp e Unitau. No dia 30 de abril, vamos inaugurar uma casa no centro da cidade, que vai chamar Centro de Reconstrução Sustentável de São Luis do Paraitinga (Ceresta), que abrigará a Defesa Civil do Estado, a coordenação das universidades e as secretarias municipais e estaduais envolvidas nos trabalhos de reconstrução. Será um local de coordenação e de encontro para que possamos desenvolver o crescimento ordenado da cidade.
A prefeitura também assinou convênio com a Secretaria do Desenvolvimento, no Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem), para a realização de estudos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) sobre todas as áreas de risco de São Luis do Paraitinga. A prefeitura terá assim um laudo do IPT com informações geológicas e descrição do que deve ser feito nessas áreas.
O município também recebeu R$ 1,5 milhão da Secretaria da Casa Civil do Estado para a compra de uma retroescavadeira e de uma pá-carregadeira e uma patrol, dois caminhões e um caminhão de lixo. A prefeitura já fez o pregão para aquisição dessas máquinas. São Luis do Paraitinga tem 730 quilômetros de estradas rurais e há 26 anos não tem maquinário novo.
A Igreja católica também tem feito, neste primeiro momento, o trabalho emergencial junto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo começam, a partir de julho, a reconstrução das igrejas.
Outras importantes parcerias foram feitas com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com os serviços do Sesi, e com o Sebrae, que têm oferecido vários cursos, como o de eletricista, pintor, pedreiro e de restauro. O Sesi, em particular, tem uma escola antiga na cidade, com cerca de 80 alunos, cujo prédio será restaurado pela entidade.
Além desses, fizemos parceria a empresa de energia Elektro, o Sport Club Corinthians, cuja torcida do Vale ajudou na limpeza da cidade e na doação de alimentos. Foi feito um leilão da camisa do jogador Ronaldo e realizado um jogo beneficente com o ex-jogador Neto e seus amigos em Taubaté. No Sábado de Aleluia, cinco bandas de carnaval da cidade tocaram no clube, uma festa que foi um sucesso.
Agência de Notícias da Assembleia " Como é feita a coordenação do trabalho de restauro dos edifícios históricos?
Ana Lúcia " O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) está presente na cidade, com um escritório próprio. Já fez o projeto de aproximadamente 38 casas. O órgão, ligado à Secretaria estadual da Cultura, também ficou responsável pela reconstrução da biblioteca, da escola de música e do prédio da prefeitura.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai fazer a restauração da igreja das Mercês, e o plano emergencial da igreja matriz. O instituo tem feito a busca das imagens de santos e a separação e recuperação dos tijolos da igreja, que foi totalmente destruída.
Agência de Notícias da Assembleia " E a população? Como tem participado desse processo de reconstrução?
Ana Lúcia " No início, a população da cidade fez uma grande campanha de doação de alimentos, colchões, fogões e geladeiras, que foram distribuídos para as famílias mais carentes. Recebemos tanta roupa que poderíamos vestir a cidade de São Paulo. Acabamos doando parte para outras cidades, pois recebemos muita quantidade delas.
Quanto às contribuições financeiras, já foram depositados na conta da prefeitura, até a primeira quinzena de abril, R$ 280 mil. Com esses recursos, o município pretende comprar uma área para instalar equipamentos públicos que foram perdidos e poder assim prestar melhores serviços à comunidade.
Agência de Notícias da Assembleia " Quanto à recuperação da memória da cidade, como a população tem participado do processo?
Ana Lúcia " Criamos na cidade vários conselhos, como o de Gestão do Patrimônio e o de Fiscalização das obras. Temos feito várias audiências públicas, nas quais são discutidos assuntos como o financiamento governamental para a restauração dos casarões particulares, aprovação de projetos, problemas das enchentes, entre outros. Estamos tentando fazer uma gestão bastante participativa. E isso está ajudando as pessoas a entenderem mais sobre o processo geral.
Estive em São Paulo para gravar um vídeo sobre São Luis do Paraitinga, para dizer que a cidade não acabou, que ela precisa dos turistas, que o calendário festivo da cidade já foi retomado e que já temos pousadas e restaurantes funcionado.
As pessoas que já foram a São Luis do Paraitinga e curtiram as nossas festas devem retornar. Com a retomada do turismo, a reconstrução será mais rápida. Uma vez que o dinheiro entre na cidade e esta tenha desenvolvimento, tudo vai melhorar.
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