Cidade de São Paulo comemora 458 anos de fundação





Neste 25 de janeiro, a cidade de São Paulo completa 458 anos de história, desde a sua fundação no ano de 1554. Para homenagear a capital do Estado, o Diário da Assembleia publica, em edição especial, síntese da histórica fundação do Colégio dos Jesuítas e daqueles que foram seus fundadores.
O presente texto é um resumo de uma série de artigos, escritos pelo colaborador do jornal, o advogado e pesquisador Antônio Sérgio Ribeiro, diretor do Departamento de Documentação e Informação da Casa, e publicada a propósito das comemorações dos 450 anos da cidade, em 2004, entre 23 de janeiro e 9 de fevereiro.
A íntegra dos artigos está disponível para leitura no Portal da Assembleia, www.al.sp.gov.br. Coloque na busca São Paulo - 450 anos de história e escolha o item Notícias, entre as opções apresentadas. Após ler o primeiro artigo, basta colocar as datas subsequentes na busca por data, para acessar os demais textos.
O planalto
Quando do descobrimento do Brasil, em 1500, o território paulista era habitado por diversas tribos indígenas. No litoral, do norte até o centro (Santos), eram tamoios e tupinambás; do centro mais para o sul, tupiniquins, e no extremo sul, os carijós. No Vale do Ribeira, os goianas, na região conhecida hoje como Grande São Paulo. Registro era habitada pelos guaianazes. A serra da Mantiqueira, pelos purís. No médio Tietê, a tribo tupi. No alto Tietê - norte, os kaiapó meridionais, e, ao sul, os kaingans. Nessa mesma área, em pequenos territórios, os opaié-xavantes, às margens do rio Paraná, e os otí-xavantes mais para o interior.
A coroa portuguesa resolveu empreender a colonização de seu território ultramarino à mercê de piratas, determinando o rei D. João III a vinda à colônia de Martim Afonso de Sousa que, logo após desembarcar nas novas terras, recebe João Ramalho, morador no planalto de Piratininga, e Antonio Rodrigues, habitante de Tumiaru (Bertioga). Segundo consta, os dois teriam chegado ao Brasil em 1513, com a expedição de João Dias Solis, ou em 1519, com Fernando de Magalhães, não se sabendo ao certo se eram degredados ou náufragos. Ao tomarem conhecimento da chegada da esquadra lusitana e de que os índios iriam hostilizá-la, conseguem dos chefes indígenas Tibiriçá e Caiubi uma recepção de paz e amizade.
Martim Afonso sobe em companhia de Ramalho até o planalto de Piratininga, onde assina algumas cartas de sesmarias. Um dos beneficiados foi o próprio João Ramalho, casado com Bartira (M´bicy), uma das filhas de Tibiriçá, colaborador da colonização da Capitania. A povoação era de simples choupanas, com uma cerca de pau a pique, uma trincheira e quatro baluartes para proteção contra ataques de tribos inimigas.
Nóbrega na aldeia
Em 1549, chega ao Brasil, na esquadra do primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, o padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, chefiando o primeiro grupo de jesuítas com a missão de catequisear os índios.
No dia 8/5/1553, parte de Lisboa para a Bahia o segundo governador-geral, D. Duarte da Costa, trazendo em sua esquadra, em resposta ao apelo de Nóbrega por mais catequistas, mais seis jesuítas e o noviço José de Anchieta.
Em meados de 1553, Nóbrega e os demais religiosos sobem a serra de Paranapiacaba para conhecer a Vila de Santo André da Borda do Campo, de João Ramalho. No planalto, com a ideia de "juntar três aldeias numa para aprenderem a doutrina cristã", e achando um lugar apropriado e seguro, funda em 29-8-1553, com o auxilio dos irmãos caciques Tibiriçá e Caiubi, e mais 50 catecúmenos, um povoamento, denominado Aldeia de Piratininga.
Entre o Anhangabaú e o Tamanduateí
O local escolhido, no alto de elevação de Inhapuambussu (Pátio do Colégio), entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, entre a habitação de Tibiriçá, localizada no atual largo de São Bento, e a taba de Caiubi, na altura da atual rua Tabatinguera, ficava a singela habitação que serviu aos jesuítas, com uma rústica igrejinha e residência anexa. O padre Nóbrega ordena "que a povoação nova se leve adiante nesse sítio", e também "que alguns irmãos estudassem gramática e juntamente servissem de intérpretes para os índios", tendo confiado a doutrinação ao padre Manoel de Paiva. Em carta ao rei português, Nóbrega escreve de Piratininga: "... vai-se fazendo uma formosa povoação".
No dia 24/12/1553, desembarcaram em São Vicente os padres recém-chegados da Bahia. Os jesuítas sobem a serra em direção a Aldeia de Piratininga, e na manhã de 25/1/554, por designação de Nóbrega, celebra-se a missa de inauguração do Colégio dos Jesuítas, conhecido também como Casa de São Paulo, em homenagem ao dia consagrado à conversão de Paulo de Tarso ao cristianismo. Foi sacristão da missa José de Anchieta, com apenas 19 anos.
A choupana que os índios ajudaram a levantar tinha 14 passos de comprimento por 10 de largura, paredes de pau-a-pique, coberta de sapé. A escolha do local, feita pelo próprio Nóbrega, foi questão estratégica, pois tinha vista privilegiada por estar no alto de uma colina, o que dificultava a escalada de índios, sendo ainda cercado por dois rios, Anhembi e Tamanduatei, impossibilitando ataques surpresa. O novo povoamento foi depois fortificado e cercado por paliçada. Posteriormente, foi construída uma segunda defesa, uma muralha com baluartes e ameias, de taipa de pilão (terra batida ou socada), para resistir às chuvas. A fortificação ia pelas atuais ruas do Tesouro, Direita, de trás da Sé, Santa Teresa e Carmo, terminando na igreja do Colégio.
O colégio e a povoação ficaram conhecidos como São Paulo de Piratininga. A catequese e a instrução dos meninos índios ficou a cargo do padre Antonio Pires, que falava muito bem a língua tupi, e assim podia ensiná-los a ler e escrever, e ao jovem irmão José de Anchieta cabia ensinar latim aos seus colegas noviços, pois ainda não sabia a língua dos gentios.
*Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador, é diretor do Departamento de Documentação e Informação da Assembleia (este texto foi condensado de série sobre os 450 anos de São Paulo, publicada de 23/1 a 9/2/2004 e disponível no Portal da Assembleia).
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