Seminário discute regularização fundiária urbana

Com o Auditório Franco Montoro lotado por representantes de dezenas de entidades ligadas à questão da moradia popular, realizou-se seminário sobre a regularização fundiária urbana, com vistas a apoiar a Proposta de Emenda Constitucional 11/2003. A PEC " de autoria conjunta de Mário Reali e Simão Pedro, ambos do PT " visa alterar a Constituição Estadual em seu artigo 180, que limita o poder dos municípios na capacidade de desafetar terrenos destinados a serem áreas verdes, mas que, de fato, se encontram totalmente ocupados por habitações irregulares.
O evento foi aberto por Simão Pedro. Segundo ele, a Constituição Estadual se tornou incompatível com a legislação federal, uma vez que esta sofreu significativos avanços com a aprovação do Estatuto das Cidades, em julho de 2001. "O Estatuto já deu muitos instrumentos aos municípios. Precisamos agora remover o entrave do artigo 180 para que o desenvolvimento urbano possa ser livremente legislado no âmbito municipal", declarou.
Ainda na abertura do evento, Maria Lúcia Prandi (PT) prosseguiu na argumentação de que a questão habitacional no Brasil caminha a passos muito lentos, tanto na implantação de programas como também no plano institucional. "Precisamos adequar a Constituição de São Paulo à realidade e ao arcabouço da legislação federal".
Acima da média
A primeira palestrante foi a Secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Santo André, Rosana Denaldi, que alertou para o fato de, em média, 40% do espaço das cidades brasileiras estar sendo ocupado irregularmente. Os municípios de São Paulo e Santo André têm, segundo a arquiteta, uma situação um pouco mais confortável do que a média nacional, pois as áreas irregulares estão em torno de 20% do território urbano. "Em Santo André, 25 favelas foram regularizadas, mas o parcelamento individual do terreno só pôde ser feito em uma delas".
A secretária disse, ainda, que 28% das favelas do município se encontram em áreas públicas e 28% em áreas verdes institucionais. Uma forma de suprir a destinação das áreas verdes seria a compensação ambiental, mas Rosana Denaldi apontou a inviabilidade dessa alternativa, dado o alto custo dos terrenos em áreas altamente povoadas.
Na opinião do advogado do Instituto Polis, Paulo Romero, não se deveria considerar como efetiva a afetação dos terrenos demarcados nos loteamentos como áreas verdes, já que não houve por parte da municipalidade nenhum ato que a promoveria como fato jurídico. Entretanto, "como a interpretação dominante considera o próprio projeto de loteamento suficiente para configurar a afetação, é de suma importância a revisão do artigo 180 da Constituição Estadual".
Ainda sob o aspecto jurídico-social, Patrícia Ferraz, registradora imobiliária de Diadema, ressaltou as conseqüências benéficas que a escrituração pública dos imóveis dá aos bairros populares. "A certeza da propriedade incentiva os moradores a realizar benfeitorias em suas residências, o que embeleza a região, aquece a economia e melhora a qualidade de vida da população", disse ela. Outro fator considerado por Patrícia Ferraz é que o título de propriedade pode ser usado como garantia hipotecária ou fiduciária para a obtenção de empréstimos a juros mais baixos.
Tramitação
O presidente da Assembléia, deputado Rodrigo Garcia (PFL), prestigiou o evento e anunciou que fará tudo o que estiver ao seu alcance para que a PEC venha a ser apreciada em plenário. "A proposta terá de passar pelas comissões de Constituição e Justiça, de Serviços e Obras Públicas e de Finanças e Orçamento. Como estas comissões são presididas pelos deputados Cândido Vaccarezza (PT), Simão Pedro (PT) e José Caldini Crespo (PFL), tudo aponta para uma tramitação rápida nas comissões e no plenário", explicou. Na seqüência, Vaccarezza complementou o quadro otimista esboçado pelo presidente da Casa informando já ter nomeado relator para a matéria na comissão que preside.
Também estiveram presentes ao evento os deputados Vanderlei Siraque, Donisete Braga, José Zico Prado, Adriano Diogo e Renato Simões, todos do PT, e Ana Martins, do PCdoB. Manifestaram-se ainda representantes dos movimentos por moradia, como Vera Eunice Rodrigues, da União dos Movimentos Populares, e Vanderlei Gomes da Silva, da Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Greve dos servidores públicos da Saúde no estado pauta 130ª Sessão Ordinária da Alesp; assista
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações