Semana da Saúde da Mulher debate a inserção da mulher idosa na construção de políticas públicas

Solidão, empobrecimento e preconceito afetam saúde dos idosos, diz especialista
23/06/2006 17:15

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Mesa do último dia da Semana da Saúde da Mulher<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/semana mulh mesa 085mau.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/semana mulh geral 083mau.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O último dia da Semana da Saúde da Mulher deu ênfase à necessidade da participação da mulher idosa no processo de construção de políticas públicas. Nesta sexta-feira, 23/6, Roberta Cristina Boareppo, psicóloga e gerontóloga, e Paulo Sérgio Pelegrino, médico geriatra e representante do Conselho Estadual do Idoso, abordaram a concepção de saúde sob a ótica da saúde coletiva, que trata a questão não somente como um conceito biológico, mas que engloba os aspectos psicológicos e sociais.

No caso da saúde do idoso, destacou Roberta Cristina, predominou até recentemente a tese que preconizava que uma vida saudável evitaria doenças na velhice. Contudo, essa visão não levava em consideração aspectos como a solidão, o empobrecimento e o preconceito, que marcam o envelhecimento na sociedade contemporânea. Daí a necessidade, segundo a psicóloga, de que se entenda esta fase da vida dentro do contexto histórico e social em que se insere. Além disso, há que se entender as demandas específicas de cada grupo social, como as diferenças de sexo e as desigualdades sociais.

Roberta Cristina alertou para o perigo de se enxergar a velhice como declínio. Segundo ela, trata-se da continuação do processo de desenvolvimento natural do ser humano. Há também, cada vez mais, uma "feminização" da velhice, ou seja, existe uma proporção maior de mulheres com mais de 60 anos do que de homens. "O aspecto positivo deste processo é que, quanto maior o número de idosas, mais elas mostram a cara e exigem um tratamento diferenciado", opinou.

Paulo Sérgio também sublinhou o fato de que não é suficiente abordar apenas o aspecto orgânico da saúde do idoso. A qualidade do transporte, das vias públicas, da aposentadoria, da informação, da educação e do meio ambiente é fator determinante para a qualidade de vida e da saúde na terceira idade. "Devemos também nos preocupar com a saúde desde o período gestacional. A saúde do idoso será tanto melhor quanto mais conseqüente tiver sido o tratamento da sua saúde durante toda a vida", afirmou.

O índice que marca a qualidade de vida, segundo o geriatra, é a capacidade de autonomia da pessoa. Paulo Sérgio explicou que o fato de o envelhecimento diminuir um pouco as reservas funcionais não significa que necessariamente haja um processo de doença. "Se a pessoa e a sociedade não se responsabilizarem pela saúde, o envelhecimento será problemático", ressaltou.

Mulheres do centro de convivência para idosos Grupo Alegria de Viver da Ponte Rasa acompanharam ativamente as palestras, fazendo perguntas e sugestões, além de exercícios de ioga ministrados pela professora Haruco.

Gravidez precoce em debate

Integrando a programação da Semana da Saúde da Mulher na Assembléia Legislativa, aconteceu na quinta-feira, 22/6, o debate "Como Prevenir a Gravidez Precoce? O Desenvolvimento da Saúde na Adolescência". Participaram do evento as médicas Maria Luíza Eluf, do Centro Vergueiro de Atenção à Mulher, e Maria Lúcia, do Centro do Adolescente, além de representantes da Rede Criança e de conselhos tutelares. Entre os principais problemas apontados durante a discussão está a falta de informação e de orientação aos adolescentes em postos de saúde e escolas públicas, bem como a falta de preparo de muitos professores e atendentes no trato de questões ligadas à sexualidade.

alesp