A habilidade escultórica de Alice Takeda de Souza se projeta de forma realística envolvendo temas da vida social e humana com relevos de imagens de natureza terrena. Trata-se de uma escultura de fácil aproximação, cuja característica não é uma anotação fisionômica, mas um lance afetivo, uma necessidade de dizer algo preciso.



A fim de evitar a generalização e a retórica dos "discursos eternos", a artista enfrenta uma situação exata, mesmo se ligada a uma experiência artística. Seus bronzes possuem uma elegância de linha toda particular. Nenhuma parte de suas esculturas é supérflua, nada é inerte.

A contemplação de suas obras não se conclui tão-somente com emoção, mas com admiração e envolvimento. Basta olhar a sóbria e bem distribuída modelação das partes para se convencer de que Alice Takeda de Souza não se aproveitou de alegorias abstratas para fugir ao estudo do que é real, mas conduziu esse estudo com equilíbrio de linhas e de massas, excluindo particularidades inúteis.

O trabalho dessa artista se expande principalmente em torno do tema da figura feminina, cujos lineamentos se compõem sempre com doçura. Uma vez que a mulher representa a vida, a escultora representa a mulher como mãe, como húmus. Nesse humanismo tão familiar, cheio de anotações reais, sobressai a palavra ternura.

Na escultura em bronze Maternidade, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a mulher-mãe protege o filho num abraço, com carícias, num sonho que, lamentavelmente, cada dia se atenua. Tudo o que lemos na obra de Alice Takeda de Souza é mais do que suficiente para delinear tanto os aspectos humanos quanto os artísticos, que são verdadeiros e profundos.

A artista

Alice Takeda de Souza, pseudônimo artístico de Alice Keico Takeda, nasceu em Osvaldo Cruz, SP, em 1949, onde realizou seus estudos básicos, no Colégio Estadual Benjamin Constant. Transferindo-se para São Paulo, formou-se em artes pela Fundação Armando Álvares Penteado, e seguiu cursos livres na Escola Panamericana de Arte, na Olaria Paulistana e no ateliê da escultora Odette Eid.

Paralelamente, profissionalizou-se como desenhista, arte-finalista e diretora de arte na empresa Mauricio de Souza Produções. Em concurso organizado por ocasião da Festa da Cerveja de Osvaldo Cruz, conquistou o primeiro prêmio pela elaboração do cartaz do evento.

Participou com esculturas em bronze e em porcelana nas seguintes mostras coletivas em São Paulo: na Olaria Paulistana (2003 e 2004); na Galeria Mali Villas (2004); no X Salão de Artes Plásticas da Associação Comercial do Estado de São Paulo; no IX Salão Art in Forma, Espaço Cultural São Marcos (2005); Salão de Artes Plásticas da Unap, "Dia Internacional da Mulher"; e no Salão de Artes Plásticas da Unap, "Dia das Mães" (2006).

Embora recente no campo da escultura, recebeu diversos prêmios, entre eles:

Medalha de Honra ao Mérito no IX Salão Art in Forma (2005); Medalha Mérito Artístico Cultural e troféu Ordem do Mérito das Artes Plásticas no Salão de Artes Plásticas da Unap do "Dia Internacional da Mulher"; e troféu Tom Jobim e troféu Destaque no Salão de Artes Plásticas da Unap do "Dia das Mães" (2006).

Possui obras em diversas coleções particulares de São Paulo e Osvaldo Cruz e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.