Ligando estética à precisão técnica, Fayga Ostrower criou gravuras com rara virtuosidade
Embora seu trabalho tenha começado e durado cerca de dez anos com o figurativo, Fayga Ostrower foi gradativamente mudando de estilo, dirigindo-se diretamente para o abstracionismo, sempre com rara virtuosidade.
Com ardor incomum e a vontade de alcançar um resultado inovador, a artista fortaleceu-se sempre através também de uma técnica segura e invejável, o que lhe valeu ser considerada a "Grande Dama da Gravura".
A harmonia do espaço foi sempre uma de suas maiores preocupações, tendo pesquisado a vida inteira proporções, coerências de fórmulas, plenos e vazios, ligando estética a precisão técnica. O conteúdo expressivo da obra dessa artista consagrada reside, sem dúvida, na estrutura formal, vivificada pelas suas inúmeras experiências no campo da litogravura, da água-forte, de água, tinta, de lito etc.
"Quanto à ordem temática" - escreveu Clarival do Prado Valladares, o grande crítico de arte da década de 1960 " "Fayga se submete a uma dificuldade maior. Desvinculada de qualquer conotação alusiva, discursiva ou anedótica, resulta totalmente mergulhada na procura de elementos formais abstratos.
"Sua gravura não se limita à composição dimensional. Investiga por uma nova dimensão, que não seja a perspectiva ilusionista, mas que se concretiza como realidade visual. As superposições, algumas diluídas em densidade de nimbo, conferem o efeito ótico do distanciamento, entre o espaço visualizado e o tempo percebido, naquela harmonia que, em paralelo comparativo, não nos vem outra lembrança senão a da música."
Assim é a obra "Sem Título", por nós doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. Trata-se de uma litogravura em papel de arroz, na qual as tensões, fundidas com um cromatismo suave no espaço compositivo, dão ritmo à composição.
Fayga Ostrower, pseudônimo artístico de Fayga Perla Ostrower, nasceu em Lodz, Polônia, em 1920, e faleceu no Rio de Janeiro, em 2001. Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora, chegou ao Rio de Janeiro na década de 1930 e naturalizou-se brasileira em 1934.
Cursou artes gráficas na Fundação Getúlio Vargas, em 1947, onde estudou xilogravura com professor Axl Leskoschek e gravura em metal com professor Carlos Oswald, entre outros.
Entre 1946 e 2001 realizou cerca de 150 exposições individuais e participou de cerca de 250 mostras coletivas, salões e bienais internacionais, nos seguintes países: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Chile, Colômbia, Caribe, Dinamarca, Equador, Escócia, Espanha, México, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Itália, Iugoslávia (atual Eslovênia), Japão, Paraguai, Peru, Polônia, Porto Rico, Portugal, Noruega, Suíça, Suécia, Venezuela, Tchecoslováquia (atual República Tcheca) e Uruguai.
Entre 1954 e 1970, desenvolveu atividades como docente em composição e análise crítica no MAM/ RJ. Em 1955 viajou para Nova York, como bolsista da Fulbright Comission. Na década de 60 lecionou também no Spellman College, em Atlanta, na Slade School da Universidade de Londres e, posteriormente, em cursos de pós-graduação, em universidades brasileiras. Nesses anos desenvolveu cursos para operários e centros comunitários, visando à divulgação da arte. Proferiu palestras em universidades e instituições culturais no Brasil e no exterior. Foi presidente da Associação Brasileira de Artes Plásticas entre 1963 e 1966. De 1978 a 1982 presidiu a comissão brasileira da International Society of Education Through Art (Insea), da Unesco. Em 1969, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro publicou um álbum de gravuras realizadas entre 1954 e 1966.
Foi membro honorário da Academia de Arte e Desenho de Florença. Participou do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro de 1982 a 1988. Em 1972 foi agraciada com a Ordem do Rio Branco, em 1998 com o Prêmio do Mérito Cultural e em 1999 com o Grande Prêmio de Artes Plásticas do Ministério da Cultura. Publicou diversos livros sobre questões de arte e criação artística: "Criatividade e Processos de Criação", "Universos da Arte", "Acasos e Criação Artística", "A Sensibilidade do Intelecto" e "Goya, Artista Revolucionário e Humanista", pela Editora Imaginário.
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