Ex-seccional de Campinas rebate denúncias de irregularidades em contrato


O ex-delegado seccional de Campinas Miguel Voigt Júnior rebateu as denúncias de supostas irregularidades na contratação de empresa para operar sistema de guincho e recolhimento de veículos removidos pela polícia no município.
Ele foi ouvido, nesta terça-feira, 4/10, pela Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Afanasio Jazadji (PFL). Voigt Jr. foi convocado a depor por requerimento do deputado Renato Simões (PT), aprovado pela comissão. Além do depoimento do delegado, os deputados ouviram as explicações do consultor da Braspátio, Newton Loschter Arraes. O proprietário da empresa, Marcos Antônio Mardirosian, não compareceu.
Apesar de reconhecer que, no momento da assinatura do contrato, a empresa Braspátio não possuía o número do CNPJ, fato que foi regularizado quinze dias após, Voigt Jr. afirmou que não houve qualquer prejuízo para a administração pública com o contrato firmado e que esta falha foi apenas um detalhe de ordem burocrática.
Inquirido pelo deputado Renato Simões sobre a dispensa de licitação para a contratação da empresa Braspátio, Voigt argumentou que a situação dos pátios existentes para recolhimento de veículos na cidade era precária, sem qualquer segurança, o que favoreceria o roubo de peças e a deterioração do bem, o que, segundo ele, caracterizaria a urgência na assinatura do contrato.
O delegado argumentou que não tinha poderes para realizar uma licitação e que no Estado não existe nenhum processo licitatório para operação de pátio de recolhimento de veículo. "Há pedidos de abertura de licitação que estão sem resposta desde 1991 e os delegados não dispõem de locais para recolher os veículos, sem que corram o risco de posteriormente serem responsabilizados por furtos ou mesmo pelo desaparecimento do bem", afirmou. Para Voigt, esta situação se repete em todo o Estado.
Outra crítica que foi rebatida pelo delegado é a de que a empresa estaria cobrando indevidamente taxas sobre os veículos furtados ou roubados recolhidos no pátio. Para Voigt, esta cobrança está regulada em lei, portanto ela é legítima.
Quanto ao fato de um dos sócios da Braspátio ter sido condenado por tráfico de drogas, o ex-seccional afirmou que esta informação era verídica e que antes da assinatura do contrato a pessoa em questão já havia cumprido todos os prazos de reabilitação e estava em ordem com a justiça.
Críticas à imprensa
Tanto Voight quanto Newton Loschter criticaram a imprensa e o Ministério Público pela forma leviana com que trataram do assunto. "Eu fui notificado pela Rede Globo antes de ser pela justiça", afirmou o delegado. O consultor da Braspátio não poupou críticas ao tratamento dado pela imprensa a ele e à empresa. "Talvez, estas críticas tenham outras motivações e não apenas o interesse de esclarecer os fatos", disse Newton.
O delegado afirmou que todo o burburinho pode ser resultado de uma disputa política entre o PT e o PSDB na cidade. "Talvez quisessem atingir o governo estadual e usaram este fato para criar embaraço na área da segurança pública", disse.
Em seu depoimento, Newton afirmou que o pátio de Campinas é um exemplo de serviço prestado com excelência e lançou um desafio: "O pátio operado pela Braspátio é o melhor do Brasil e não tem similar nos países vizinhos."
Ao final da reunião, o deputado petista afirmou que a comissão deverá estudar o caso para dirimir dúvidas quanto à dispensa de licitação, a cobrança sobre os veículos furtados e roubados, a falsificação de documentos oficiais e que também deverá ser realizada um diligência na cidade de Campinas para verificar o funcionamento do pátio.
Tanto o deputado Afanasio quanto Simões solicitaram sugestões do consultor Newton Loschter para que possa ser elaborado um instrumento legal que regularize a operação dos pátios de recolhimento de veículos no Estado. "A situação nos parece caótica, o que ensejaria práticas que podem ser eventualmente contestadas", afirmou Simões.
Além do presidente da comissão e do deputado Renato Simões, os depoentes foram inquiridos pelos deputados Conte Lopes(PP), Coronel Ubiratan(PTB) e pela deputada Rosmary Corrêa(PSDB). O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, José Martins Leal, também acompanhou os depoimentos.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações