Não contem comigo

Há quem veja muitas virtudes na política econômica em curso. Eu não. O fato de o PT não ter quebrado o país " o que ocorreria se o partido tivesse dado vazão às maluquices de seus tempos de oposição falsa e irresponsável " não é motivo suficiente para lhe dar atestado de excelência. Antes, pelo contrário. É preciso cobrar do presidente da República, que se diz o responsável pelas opções econômicas, as razões que levam o país a crescer bem menos que a média mundial e menos ainda que os países emergentes.
Onde está a competência, tão propalada nas colunas do jornalismo amigo " que não amassa barro, mas se deixa enredar pelos índices macroeconômicos? Onde está a virtude da política econômica que esfola sem trégua o contribuinte, por meio de impostos e contribuições, tem a maior taxa de juro real do mundo e não consegue sequer pagar o serviço da dívida, ainda que faça um superávit primário muito acima do que ousaria propor o próprio FMI?
Não sou economista. Sou médico, como o ministro da Fazenda. A cirurgia de sucesso não é aquela que se limita a seguir com exatidão todos os preceitos técnicos, mas, evidentemente, a que salva a vida do paciente. Nem sempre isso é possível. Mas não há porque tecer loas a uma opção que impede o país de crescer, gerar empregos, distribuir renda. O que não quer dizer que esteja aqui empenhando solidariedade à ministra da Casa Civil. Tanto quanto seu colega da Fazenda, ela está apenas de olho no calendário eleitoral. É lídima representante de um governo que não tem, nunca teve, projeto para o país.
O Brasil não anda como deveria, por conta da alta carga tributária e dos juros excessivos, mas não só por isso, conforme estudo da consultora MCKinsey, cujas conclusões acabam de ser publicadas na revista Veja. Ela patina por obra e graça da informalidade, da falta de marcos regulatórios, do excesso de burocracia, da baixa qualidade do serviço público e de outras tantas coisas das quais o vulgo tem conhecimento. Quais as propostas do governo para enfrentar estes e outros tantos problemas?
O problema do governo não é somente o de carência de projetos de médio e longo prazo. É também de falta de competência. Ele não consegue gastar sequer os poucos recursos de que dispõe. E quando o faz, faz mal. Pior impossível. Dados que acabam de ser divulgados pela imprensa nos informam que, de janeiro ao final novembro, o governo investiu apenas 57% dos recursos reservados para seus principais programas. Dois exemplos, colhidos ao acaso, dão a dimensão da tragédia: no programa de inclusão digital, foi investido 1,87% da verba a ele destinado; no de saneamento ambiental urbano, 4.13%.
Por meio da imprensa, tomamos conhecimento de que, a exemplo do que ocorrera em 2004, os gastos com diárias, passagens aéreas, material de consumo e consultorias, neste ano, vão superar o valor total dos investimentos.
Por essas e outras, não contem com meu aplauso. Nem com meu silêncio. O que está aí não nos serve.
Milton Flávio (PSDB) é professor de Medicina da Unesp, deputado estadual e vice-líder do governo na Assembléia Legislativa de São Paulo
www.miltonflavio.org
miltonflavio@al.sp.gov.br
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