Assembléia debate Programa do Biodiesel Paulista


05/06/2003 21:12

Compartilhar:

Deputados Arnaldo Jardim, Sidney Beraldo e Vanderlei Macris<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/biodiesel50603.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

"Queremos o Parlamento permanentemente aberto e em contato com aqueles que estão preocupados com o desenvolvimento do Estado e do país", falou o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sidnei Beraldo, ao abrir o debate sobre o Programa do Biodiesel Paulista, nesta quinta-feira, 5/6. Beraldo aproveitou a oportunidade para anunciar a criação do Fórum de Desenvolvimento Sustentável, que passará a funcionar na Assembléia a partir de agosto.

Para o presidente da Frente Parlamentar pela Energia Limpa e Renovável, deputado Arnaldo Jardim (PPS), o debate se reveste de força ainda maior por se realizar neste 5 de junho, data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, ressaltando que "o Brasil é um referencial mundial nessa luta".

"O resultado deste debate terá eco não só nas atividades do Legislativo, mas também nas ações do Executivo", anunciou o líder do governo na Assembléia, deputado Vanderlei Macris (PSDB). "O governador está atento a esta discussão e pediu-me que lhe encaminhasse os resultados deste debate", falou.

Decisão política

O professor Miguel Dabdoud, do Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologia Limpa da USP/Ribeirão Preto, explicou que o biodiesel é um processo de industrialização de transesterificação que consiste na mistura de óleo vegetal mais álcool, produzindo a glicerina. "Do ponto de vista ambiental, só há vantagens no uso do biodiesel, como a redução de emissão do carbono, do enxofre e de hidrocarbonetos não queimados, que causam malefícios à saúde das pessoas, como o câncer de pulmão", ponderou, acrescentando que o óleo em teste não implica na necessidade de modificação do motor e não promove alteração de consumo ou perda de rendimento.

"A decisão de natureza política, neste caso, é essencial. Sem isso nada vai acontecer", declarou o presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo, Eduardo de Carvalho. "O tratamento fiscal que será dado à matéria, como os incentivos para que o biodiesel possa concorrer no mercado, deve ser discutido desde já. Também há necessidade de os fabricantes de veículos se aliarem a essa luta", sugeriu.

Trabalho de grupo

O professor do Centro Nacional de Referência de Biomassa da USP/São Paulo, José Roberto Moreira, falou do Grupo de Trabalho sugerido pelo Governo do Estado para estudar o trabalho que vem sendo desenvolvido. "O trabalho do grupo será primordial na elaboração de um documento para avaliar as iniciativas da área", comentou.

"A luta agora será duas vezes mais árdua do que aconteceu com o álcool, porque o diesel é menos custoso que a gasolina", falou, ressaltando, entretanto, que "é uma substituição mais importante do que a gasolina pelo álcool, porque o Brasil é um importador de óleo diesel e seu consumo é maior do que o da gasolina".

Juan Diego Ferer, da Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), mostrou o otimismo do setor com relação ao Programa. "Vamos iniciar com um mistura de 5% de bio ao diesel, chegando a 20% nos casos mais críticos, como o das grandes cidades", falou. Segundo ele, por possuir uma cadeia produtiva já desenvolvida, o óleo de soja pode ser o carro-chefe para a fabricação e o desenvolvimento do biodiesel, abrindo caminhos para os demais óleo vegetais no país. "A indústria brasileira de óleos vegetais tem plenas condições de atender ao Programa do Biodiesel já em 2003", concluiu.

Participaram do debate representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e das Secretárias de Estado da Agricultura e Pecuária e do Meio Ambiente. Também estiveram presentes os deputados Edson Gomes (PFL), Beth Sahão (PT) e Aldo Demarchi (PFL).

alesp