Lourdes de Deus descreve cromaticamente o intimismo lírico de sua mensagem evocativa


05/09/2007 10:29

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Lourdes de Deus<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/lourdes de deus.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Geralmente por volta dos 40 anos, "Nel mezzo del cammin di nostra vita", como diria Dante Alighieri no seu Inferno, os pintores naifs começam a pintar seja após ter subido um choque emocional qualquer, seja colocados frente a um catalisador fortuito.

No caso de Lourdes de Deus, há mais de quinze anos ela iniciou a pintar na mesma linha que hoje, salvo que atualmente, em virtude das reflexões amadurecidas pela convivência com Waldomiro de Deus, seu marido e em suas peregrinações pelo Brasil, compreendeu que o importante é criar descrevendo o quotidiano e as coloridas manifestações folclóricas brasileiras.

Esse entusiasmo lhe consente, através de cada quadro, de voltar ser a menina de outrora e de provar a viver como então as sensações que sentiu e que permaneceram em seu coração. Através de suas obras, a artista transmite um ar de festa que consegue surpreender pela originalidade da composição e da figuração onde o delicado intimismo lírico se faz sempre presente.

Com constante coerência, tanto pelo rigor estilístico, o amor que tem pelas coisas vividas e apaixonada sinceridade de acentos consegue descrever os seres, os ambientes e as paisagens presentes na sua memória. Por intermédio da cor conserva as insubstituíveis funções líricas de sua mensagem evocativa.

A exemplo da obra Violeiros com carro de boi, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Lourdes de Deus pinta quadros repletos desta vida intensa e ensolarada que caracteriza a primavera brasileira que ela embeleza através de um cromatismo envolvente.





A artista

Lourdes de Deus, pseudônimo artístico de Maria de Lourdes da Hora de Deus Souza, nasceu em Custódia, PE em 1959. Casou-se com o pintor naif Waldomiro de Deus em 1976 e iniciou a pintar em 1992.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas tais como as do Fórum de Natal, Goiânia, GO ; Coletiva Santuário da Arte, Goiânia, Go (1990) ; Coletiva Teatro Jataí, Goiânia, GO (1991) ; Coletiva Shopping Center Rio Verde, Goiânia, GO (1992) ; I Exposição Primitiva de Natal, Brasília, DF; Mulheres nas Artes, MAG, Goiânia, GO (1993) ; Bienal Brasileira de Arte Naif, SESC, Piracicaba, SP; Coletiva Galeria Frei Confrade, Goiânia, GO (1994) ; Homenagem Dia das Mulheres, Goiânia, GO (1995) ; Individual Correio no Espaço Cultural, Goiânia, GO (1996) ; Mostra Itinerante Lendas e Crenças, São Paulo, SP ; Coletiva Família de Deus, na Hebraica, São Paulo, SP (1997) ; Exposição Itinerante SESC Piracicaba, SP ; Espaço Cultural Universitário, Santos, SP (1998) ; O Místico na Arte Popular, Itaquera, SP ; Exposição Centro Cultural, Rio Claro, SP ; Teatro Municipal de Osasco, SP ; Naifs do Brasil, São Paulo, SP ; Coletiva no Osasco Plaza Shopping, Osasco, SP ; Galeria Casa Grande, Goiânia, GO (1999) ; Espaço Jorge Batista, Osasco, SP ; Centro de Convivência Cultural na Galeria de Arte D, Campinas, SP (2000) ; Galeria Jacques Ardies, São Paulo, SP ; Museu de Arte Naif, Assis, SP (2001).

Possui obras em diversas coleções particulares e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp