Da assessoria do deputado Roberto Engler

O deputado Roberto Engler (PSDB) indicou o nome de José PauloVirgílio, conhecido médium de Franca, para ser homenageado na II Semana de Cultura Negra, promovida pelo Centro de Estudos Professor Milton Santos, da Assembléia Legislativa de São Paulo, criado com a finalidade de desenvolver estudos sobre políticas públicas contra o racismo. A homenagem foi prestada nesta quinta-feira, 20/11, às 19 horas, no auditório Franco Montoro.

Durante a II Semana de Cultura Negra, que encerrou seus trabalhos nesta sexta-feira, 21/11, o Centro de Estudos Milton Santos homenageou com o Troféu Zumbi dos Palmares diversas personalidades que se destacaram por suas atividades.

"Zé Paulo preenche todos os requisitos para uma merecida homenagem", disse Roberto Engler.

O trabalho do médium

Nascido em Adamantina, Minas Gerais, em 26 de junho de 1905, o homenageado teve sua primeira manifestação mediúnica aos 15 anos. Seu dom nunca foi aceito pela família, de educação católica, que não acreditava em espiritismo.

Desde a infância passou por momentos difíceis. Ajudado por amigos, chegou, com sua mãe, ao município de Pedro Leopoldo onde trabalharam para o padre da cidade: ela lavando roupas, ele cuidando de uma horta. Na época, conheceu o médium Chico Xavier, passando a freqüentar sua casa e a participar de atividades de seu centro. Tornaram-se grandes amigos. "Ele sempre respeitou minha religião, e nunca me convidou para fazer parte do espiritismo", lembra com respeito e orgulho.

O médium sempre esteve envolvido em questões sociais ao longo de seus 98 anos de idade. Distribui mais de 2.500 cestas básicas anualmente, na data de aniversário do centro espírita que dirige, além fornecer 500 litros de sopa, diariamente, para famílias carentes. "Zé Paulo faz questão de acompanhar, todas as sextas-feiras, dia de sua responsabilidade, a distribuição da sopa para a comunidade", observa Engler.

Sheila Marina Virgílio, filha do homenageado José Paulo Virgílio, recebeu o troféu dizendo que "não é porque ele é meu pai, não, mas a homenagem é merecida. E eu gostaria de aproveitar a oportunidade para também agradecê-lo, pois sou uma das duas únicas negras a frequentar o curso de fisioterapia, numa sala de 180 estudantes. E devo esta chance a ele."

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