Nesta quinta-feira, 20/8, a Comissão de Agricultura e Pecuária realizou reunião extraordinária para, a pedido do deputado José Zico Prado (PT), avaliar a expansão e controle do greening e seus reflexos sobre a citricultura paulista. O presidente da comissão, deputado José Bittencourt (PDT), nomeou e saudou os representantes das diversas entidades presentes e informou que na próxima reunião, no dia 27/8, será discutida a questão da municipalização das Casas de Agricultura.

O greening, segundo exposição feita por Cícero Augusto Massari, do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), é um problema mundial, e foi detectado em 2004 em Araraquara. É causado por uma bactéria e tem como hospedeiros os cítricos e a murta. Sua erradicação é feita com a eliminação das plantas doentes, sua substituição por mudas sadias e controle químico do inseto vetor.

Roberto Eduardo Schneider, do Conselho Regional de Desenvolvimento Rural, sediado em Mogi Mirim, entregou carta aos parlamentares com propostas para valorizar a atividade da agricultura familiar e de pequenos produtores. Esses problemas também foram abordados por José Benedito, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Holambra, que apontou o baixo percentual do Orçamento estadual destinado à Agricultura " 0,72% " sendo que boa parte deste é usado em programas como Viva Leite e Bom Prato, que considerou de assistência social.

Diretor da Federação das Associações de Produtores Rurais das Microbacias Hidrográficas do Estado de São Paulo (Famhesp), Ademir Giroldi, disse que na região o problema do greening está sob controle, mas ressaltou o problema social criado pela erradicação das árvores infectadas, o que diminui o pomar e retira o lucro do produtor. Lourival Mônaco, presidente do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) lembrou a existência ainda de outra doença que afeta os pomares, o cancro cítrico.

Da Frente Nacional da Produção, Liberato Rocha Caldeira, pregou o consenso entre os produtores rurais, a Fundecitrus e a Defesa Agropecuária para controle das doenças que atingem os cítricos, e disse que na sua região, Valentim Gentil, o maior problema é o cancro cítrico. Sugeriu ainda reajuste nos preços pagos aos produtores e o fornecimento de suco de laranja na merenda escolar. Essa sugestão foi apoiada por Carlos, representante do Sindicato Rural de Mogi Mirim e Região, que reclamou também da remuneração dos agricultores, inferior ao custo produção.

Lígia Vasconcellos Martucci, do Escritório de Defesa Agropecuária de Campinas, disse que as ações de controle ao greening já levaram à erradicação de quase dois milhões de árvores, cerca de 1% do total plantado. Ela afirmou, respondendo a questionamento da deputada Beth Sahão (PT), que a Secretaria da Agricultura pretende lançar um seguro para ressarcimento dos produtores.

A deputada ainda pediu a realização de audiência pública para discutir o problema da cartelização do setor cítrico e o preço pago aos produtores de laranja. José Zico Prado colocou a Assembleia como mediadora entre o agricultor, e o governo do Estado.FR