O presidente da Assembléia paulista, deputado Vaz de Lima, participou, nesta quinta-feira, 22/11, de uma mesa redonda com os 94 deputados-jovens " alunos de ensino médio de escolas estaduais públicas e privadas " que participam da IX edição do Parlamento Jovem Paulista. Vaz de Lima afirmou que a experiência foi enriquecedora, pois aprendeu muito no convívio com os estudantes. "O país tem jeito, sim. Vocês são a nossa esperança", disse ao final do programa transmitido ao vivo pela TV web da Alesp. O programa teve a mediação das repórteres da TV Alesp, Ana Kaline e Izabel Mendes Ortiz. O presidente respondeu a 12 perguntas, em sua maioria relacionadas a segurança pública, educação, meio ambiente, ética e cidadania, feitas por um aluno de cada partido que compõe o Parlamento Jovem Paulista. Leia abaixo a íntegra da sabatina:

Artur Pinatto, de Junqueirópolis.

Qual a principal experiência que o senhor tem a transmitir a nós, jovens, o que foi mais gratificante em sua trajetória política?

Vaz de Lima - Na verdade, o que poderia transmitir a vocês é fruto de um acúmulo de experiências vivenciadas. Em minha vida pública, posso afirmar que o mais gratificante é ver aprovado um projeto que beneficie efetivamente a sociedade, ou parte dela.

João Costa, de São João das Duas Pontes

Porque alguns projetos não saem do papel, como o da inclusão social?

VL " Acredito que o mais importante não é a quantidade de leis, mas a qualidade destas. Isto sim, é capaz de construir uma sociedade melhor. Excesso de leis é lei nenhuma. Aqui mesmo, na Assembléia, estão em vias de ser aprovados dois projetos relacionados aos direitos da pessoa portadora de deficiência: o que cria a secretaria do deficiente e outro que consolida toda a legislação que dispõe sobre o tema.

Vanessa Pires, de Magda

Acho a idéia de meu projeto perfeitamente viá­­vel para ser colocada em prática, o que a Assembléia poderia fazer para aprovar a iniciativa, que tanto preservaria o meio ambiente?

VL " Preservar a natureza e o meio ambiente é dever de todos e a idéia de seu projeto é bastante bem-vinda. Provavelmente, algum deputado se interessará pela abordagem e irá propor que a medida se transforme em lei.

Ronaldo Pavan, de Itápolis

Se a cultura é tão importante, porque está tão esquecida pelo Poder Público?

VL " Concordo com você: A cultura é a ferramenta mais importante para mudar para melhor a vida das pessoas, pena que, muitas vezes, a sociedade não dá muita importância para isso. Não sei porquê. Certamente, o país seria melhor, se a cultura fosse mais valorizada. Sua indignação é minha também.

Roger Carvalho, de Morro Agudo

Qual o seu con­ceito sobre ética e cidadania?

VL " Para mim, o respeito à ética não precisa estar previsto em lei. É um princípio. Exercito a ética em minha vida, com minha família, meus amigos, com respeito mútuo e respeito à diversidade. Já a cidadania, se conquista. O Parlamento Jovem é um exemplo desse exercício. Exercitando a cidadania, se desenvolve a mus­culatura necessária para exerce-la da forma mais ampla.

Douglas Silva, de Campo Limpo Paulista

Qual a sua opinião sobre os jovens ocuparem cargos públicos?

VL " A atividade pública pode ser exercida com ou sem mandato. Quato mais jovem se ingressa na carreira política, mais se pode evoluir. Eu comecei com 23 anos, quando ingressei no Sindicato dos Fiscais de Rendas do Estado. É importante gostar e ter vocação. É muito gratificante poder fazer algo em benefício da coletividade, com ou seu cargo público.

Anderson de Souza, de Embu das Artes

Qual o orçamento do Estado para a Saúde?

VL " A destinação de recursos para a Saúde é regida por uma lei federal, que fixa 12% do orçamento estadual, no mínimo, para a área. Para o próximo ano, o orçamento do Estado gira em torno de R$ 95 bilhões. Então, para a Saúde, serão destinados cerca de R$ 12 bilhões. Para a Educação, a lei federal fixa 30%, para a Habitação 1% e para a pesquisa 1% também. Não penso saúde, apenas como o combate aos males, o atendimento nos hospitais, ou a distribuição de remédios, defendo, a saúde preventiva. Sou um anti-tabagista, por exemplo, porque sei que os gastos com a saúde pública advindos dos malefícios causados pelo fumo, extrapolam a arrecadação do Estado com a venda dos cigarros.

Luiz Soares, de Santos

Qual o caminho para chamar a sociedade, principalmente os jovens, para participarem da elaboração de ações políticas?

VL " Os poderes públicos têm sua competência definida. À Assembléia, por exemplo, não compete a criação de uma secretaria de Estado, ou a concessão de aumento salarial para seus servidores. Isso é competência do Executivo. Já a promoção de políticas públicas que incentivem a participação da sociedade nas ações públicas é tarefa da Casa.

Sabrina Souza, de Mirandópolis

O Brasil foi sede dos Jogos Panamericanos e vai sediar a Copa de 2014. Em sua opinião, o país está preparado para abrigar esses campeonatos; o que a Assembléia pode fazer para ajudar?

VL " Em minha opinião, São Paulo não está preparado, nem o Brasil. Tem muito o que ser feito para melhorar a infra-estrutura. Por exemplo: fui assistir ao jogo do Brasil com o Uruguai, no Morumbi, nesta quarta-feira. Moro relativamente perto do estádio e demorei duas horas para chegar à minha casa. A extensão do Metrô até os locais de jogos, seria uma boa medida. Esporte é fundamental para a vida das pessoas e tem de ser levado a sério. A Assembléia pode criar leis de incentivo ao esporte.

Vagner Greco, de Dracena

Porque não realizar mais Parcerias Público Privadas ou concessões fiscais para iniciativas que beneficiem o cidadão?

VL " O governo tem um limite de orçamento e um limite para investimentos. É impossível colocar nas mãos do governo a solução para todos os problemas da sociedade. Em São Paulo temos várias PPPs quem têm dado excelentes resultados: O governo formula as políticas públicas, às vezes entra como sócio e a empresa privada toca o negócio.

Marcelo Dourado, de Birigui (Partido da Segurança Pública " apresentou projeto que dispõe sobre a instalação de mini-guaritas policiais nas escolas públicas)

Qual o orçamento do Estado para a Segurança Pública?

VL " Para mim, o problema de segurança pública está relacionado ao problema social. Isso requer mais polícia nas ruas. Outro problema, o da violência, não necessariamente está relacionado ao problema social. O orçamento do Estado tem de ser dividido. Parte para a polícia militar, parte para polícia civil e parte para a administração penitenciária. Chega a 10% do total para a segurança, o que, em minha opinião, não é pouco.

Luiz Silva, de Terra Roxa

O que a Assembléia poderia fazer quando se constata uma clonagem de linhas telefônicas e a empresa de telefonia não se responsabiliza pelos danos ao cliente?

VL " Está em funcionamento na Casa a CPI dos serviços de telefonia. O objetivo da comissão é principalmente evitar que situações como esta prejudiquem o consumidor.