Debate sobre áreas contaminadas vai integrar relatório de subcomissão federal
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Com o objetivo de subsidiar ações a serem propostas pela subcomissão da Câmara dos Deputados que investiga e busca soluções para os acidentes e passivos ambientais no país, foi realizada nesta segunda-feira, 6/8, na Assembléia de São Paulo, a II Conferência Nacional de Áreas Contaminadas. A escolha da data " 6 de agosto " propositadamente coincide com a passagem do 62º aniversário da explosão nuclear em Hiroshima e Nagasaki, e faz parte da semana "Hiroshima Nunca Mais " As Bombas Ocultas que destroem o Planeta", realizada pelo Movimento Grito das Águas desde 2000 para protestar contra os efeitos devastadores da poluição. A 1ª conferência nacional foi realizada em 18 de maio de 2005, em Brasília.
O conteúdo dos debates será incluído no relatório do presidente da subcomissão federal, deputado Rodovalho (DEM-DF). De acordo com o documento, o Brasil tem 20.760 áreas contaminadas. A maior parte das áreas contaminadas, cerca de 15 mil, é de lixões, afetando mais de 20 milhões de pessoas, segundo levantamento da Defensoria da Água. A contaminação se dá principalmente por metais pesados, como chumbo e mercúrio. Enquanto isso, os ganhos obtidos por muitas indústrias com a venda de seus resíduos é superior aos gastos em investimentos ambientais.
Segundo Rodovalho, "essa tem sido uma infeliz realidade; entretanto, as informações e os dados divulgados pela imprensa e por diversas instituições precisam ser confirmados oficialmente. Apenas 16 mil áreas são reconhecidas oficialmente como contaminadas e destas, somente para 6 mil estão sendo adotadas providências governamentais".
Rodovalho destacou a importância de um trabalho voltado para o conceito e execução das leis que tratam do assunto, além da conscientização da população sobre o problema para pôr fim à cultura de abandono de lixo instalada no país. Apontou a necessidade da quebra do ciclo financeiro decorrente do problema e do fim das populações que sobrevivem do lixo.
O encontro teve a participação do fundador da Frente Parlamentar da Água e presidente da Comissão de Serviços Públicos da Assembléia paulista, deputado Sebastião Almeida (PT), de representantes de diversas entidades de defesa do meio ambiente e foi mediado por Leonardo Morelli, secretário geral da Defensoria da Água. Alunos da Escola Estadual Engenheiro Mauro Sales Couto, de Carapicuíba exibiram um vídeo sobre os problemas ambientais na lagoa de Carapicuíba (veja box) e debateram o assunto com especialistas.
O vereador de Cotia, Toninho Kalunga, responsável pela articulação de movimentos sociais de 19 municípios da região metropolitana de São Paulo contra o despejo de esgotos sem tratamento pela Sabesp, alertou para o risco de que a Grande São Paulo, em 10 anos, não consiga produzir água potável suficiente para sua população. Segundo afirmou, o problema do esgoto é letal e precisa de solução.
A natureza tratando a natureza
Celso Schneider, especialista em tratamento de efluentes e bioremediação do solo, expôs alternativas para tratamento e correção de áreas contaminadas, utilizando biotecnologia. Segundo ele, o método desenvolvido trata inclusive áreas contaminadas por fenol.
Dito Cantuária, presidente da Inconfidentes pela Vida (Inconvida), e coordenador da mobilização popular pela retirada de material contaminado despejado no lixão de Inconfidentes, em Minas Gerais, relatou a luta da população local contra lixo depositado em sua cidade, desde 2004. Análises apontaram contaminação gravíssima, com a presença de 20 tipos de metal pesado no solo. Cantuária contou que, apesar da mobilização popular, persiste o descaso das autoridades para com o problema.
O prefeito de Mogi das Cruzes, Junji Abe, que comandou a luta da comunidade da Serra do Itapety contra a implantação de um mega aterro sanitário regional na cidade, discorreu sobre o engajamento da população local na luta, que culminou em documento assinado por mais de 30 mil pessoas, endossando anteprojeto popular contra o aterro, que contou com o respaldo de entidades como a Ciesp, o Sincomércio e a OAB, entre outras. Segundo ele, trata-se de uma "guerra permanente contra um grande interesse econômico".
Mostra de vídeos
"Falar não adiantava, porque ninguém escutava. A gente tinha que mostrar." A constatação do estudante Tiago Leite, da Escola Estadual Engenheiro Mauro Sales Souto, de Carapicuíba, revela a força da comunicação e a importância da conscientização dos jovens sobre a questão ambiental.
Tiago é um dos autores de um vídeo sobre os problemas ambientais na lagoa de Carapicuíba, presente na Conferência Nacional das Áreas Contaminadas.
Estimulada por Leonardo Morelli, secretário geral da Defensoria da Água, a coordenadora pedagógica da escola, a bióloga Gilmara Consoli, começou a trabalhar com um grupo de alunos em 2001, em favor da descontaminação da área aterrada da lagoa de Carapicuíba, onde o governo do Estado pretendia construir um parque.
"Eram crianças de oito ou nove anos, e nós formamos a "onguinha" Lago Vivo. Hoje temos 22 crianças, de 8ª série. Graças ao trabalho deles até o momento o parque não foi implantado", afirma Gilmara. Querer o parque, a cidade quer. Mas ele seria construído, informa a bióloga, na região de um lixão, na lagoa aterrada com areia da calha do rio Tietê e, segundo ela, perfurações no local já resultaram em emissão de gases.
Sobre o vídeo, Gilmara disse que "eles começaram a fazer fotos do local, até chegar ao filme. E tudo foi feito da cabeça deles, desde as imagens até a escolha da trilha sonora". O vídeo, produzido em 2005, é resultado de um treinamento realizado na Oficina Chico Mendes.
Outros vídeos foram exibidos na conferência, com a entrega de certificados de conclusão do curso de Comunicação e Artes Visuais, para turmas de outras localidades que também realizaram pequenos filmes sobre problemas ambientais de suas comunidades.
"É bom ver a juventude discutindo problemas e propondo soluções", afirmou o deputado Sebastião Almeida (PT), durante o encontro. E, falando em nome de seu grupo, o jovem Tiago concluiu que todo o processo por que passaram foi enriquecedor: "Ganhamos amadurecimento como cidadãos e consciência de que podemos fazer alguma coisa pela sociedade e pelo planeta".
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