Alta de preços dos alimentos não foi impulsionada pela produção de biocombustíveis, diz José Graziano
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O especialista em segurança alimentar José Graziano apresentou dados da FAO, organismo das Nações Unidas para agricultura e alimentação, para argumentar que o mundo vive uma crise de alta de preços de alimentos, mas não de sua produção. Dessa forma, a expansão do etanol não representaria uma ameaça à alimentação das populações.
Graziano, idealizador do programa Fome Zero e ex-ministro do governo Lula, participou do seminário "Produção de Alimentos e Bioenergia " Zoneamento Agroecológico e Políticas Públicas", promovido na Assembléia Legislativa pela Frente Parlamentar pela Produção Sustentável de Agroenergia, Frente Parlamentar pela Reforma Agrária, Frente Parlamentar pela Segurança Alimentar e Nutricional e pela Liderança do Partido dos Trabalhadores.
"O seminário foi convocado porque o tema é de extrema importância e a Assembléia Legislativa tem um papel a desempenhar como disciplinadora da produção de bioenergia", disse o deputado Simão Pedro (PT), na abertura do evento. Como resultado do debate, "queremos apresentar uma proposta mínima para discussão do zoneamento do Estado", completou o deputado José Zico Prado (PT).
"O mundo produz hoje alimentos em quantidade suficiente para alimentar sua população. O problema é de distribuição", disse Graziano. O ex-ministro avaliou ainda que há mais de 40 anos os preços dos alimentos sofriam quedas continuadas, "deprimidos pelos estoques existentes e pelos subsídios elevados em países como Estados Unidos e Japão". O desaparecimento desses dois elementos teriam levado a um aumento que, na avaliação de Graziano, dificilmente será revertido aos níveis anteriores.
Ele definiu-se como otimista quanto à disponibilidade de terra nos países em desenvolvimento para permitir a expansão tanto da produção de biocombustíveis quanto de alimentos. Um dos elementos para isso, apontou, é o fato de a tecnologia permitir a incorporação ao mapa da produção de terras antes não utilizadas. Ele cita como exemplo o cerrado no Estado de São Paulo. "Nos anos 80, o Estado tinha cerca de 7 mil hectares utilizáveis. Hoje são mais de 20 mil", afirmou.
Planos de ordenamento territorial, implantação de marcos regulatórios, definição de uma política tecnológica são algumas das medidas que Graziano propôs para uma política bioenergética eficiente. Para ele, a disponibilidade de recursos hídricos, mais do que a territorial, pode ameaçar a produção de biocombustíveis. "Mas mesmo nessa área a América do Sul tem uma posição confortável", completou. "Vivemos um momento de transição entre a atual dependência do petróleo e a mudança para o uso de fontes renováveis. O problema é o ritmo em que essa mudança vai se processar", avaliou Graziano.
O defensor público Wagner Giron de la Torre, da Defensoria Pública de Taubaté, abordou outro aspecto da questão da monocultura. "A omissão do Estado em impedir o avanço da monocultura de eucalipto no Vale do Paraíba tem promovido uma devastação sem precedentes", disse.
Envolvido na questão depois de procurado por pequenos agricultores de São Luiz do Paraitinga, De la Torre informou que está em vigor há dois meses uma liminar que suspende o plantio de eucaliptos na cidade. A medida foi obtida a partir de ação civil pública que ele moveu contra o Estado, o município e empresas que atuam na região, acrescentou.
O evento, que continuou à tarde, contou ainda com a participação de de Alfredo Barreto Luiz, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Alfred Szwarch, da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única); Braz Albertini, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de São Paulo (Fetaesp); e Elio Neves, da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo.
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