"São Paulo tem tantos estádios que poderia, sozinho, sediar a Copa do Mundo. Entretanto temos que respeitar o desejo de todos os outros Estados da nação brasileira que também querem participar", disse o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero. O presidente também declarou que a mídia poderia organizar uma campanha de conscientização sobre a responsabilidade que o torcedor tem para o bom andamento de uma partida de futebol, principalmente, as que serão realizadas na Copa.

Quanto à reclamação de radialistas de não mais poderem entrar em campo para entrevistar jogadores, Del Nero explicou que a Federação Internacional das Associações de Futebol (Fifa) estabelece regras para o posicionamento da imprensa dentro do estádio e que essas normas estão em prática desde agora, de forma a ajudar os frequentadores dos estádios a se amoldarem aos parâmetros da Fifa. Ou seja, se procurarmos acompanhar as regras da Fifa desde já, durante a Copa o país dará um exemplo de organização ao mundo. Segundo Del Nero, numa Copa do Mundo não há "jeitinho": as atividades devem primar pela profissionalização. Em sua opinião, se os municípios paulistas que se candidataram a receber jogos da Copa aderirem as regras que pautam o trabalho dentro de campo, de acordo com os ditames da Federação Paulista, o resultado será o melhor.



Pré-temporada



O presidente da Federação Paulista de Futebol sugeriu que, a exemplo da Suíça, poderia haver, no Estado de São Paulo, a realização de uma pré-temporada, 30 dias antes da Copa, com 20 ou 30 seleções convidadas. O objetivo seria um ajuste fino dos últimos detalhes, para aprimorar a Copa de 2014. Esse programa poderia ser desenvolvido com as cidades que se dispuserem a receber os jogos, em conjunto com a Federação Paulista.

As cidades que receberão a Copa deverão ser escolhidas pelos critérios estabelecidos pela Fifa. O governo do Estado providenciará reunião com representantes das 80 cidades inscritas, para discutir a organização.

José Maria Marin, representando o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, declarou que "nosso sonho foi além da realidade, excedeu fronteiras e trouxe para o Brasil um dos maiores espetáculos da Terra, que é a copa de futebol".



Segurança e paz



O presidente em exercício, Conte Lopes (PTB), mencionou o fato de que manter preso o indivíduo que transgride as leis de segurança dentro de um campo de futebol, pego em flagrante delito, é uma penalidade que deveria ser adotada, pois dessa forma os promotores de confusão poderiam se sentir intimidados. Para ele, a Polícia Militar paulista está apta a coordenar a segurança durante a realização da Copa.

O secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação do município de São Paulo, Walter Feldman, iniciou sua fala lembrando discurso de Nelson Mandela: "Arte e esporte têm o poder de mudar o mundo, o poder de inspirar, o poder de unir pessoas como poucos conseguiram. Arte e esporte podem criar esperança onde antes só havia desespero. Esses são instrumentos de paz mais poderosos do que os governos". Segundo Feldman, esse é o princípio que inspira seu trabalho na secretaria da qual é titular. Para ele, criar obras e estruturas de apoio para a realização da Copa de 2014, são as linhas que devem pautar os esforços para que este venha a ser o espetáculo que todos esperam que seja. "Futebol é mais que um jogo: poderia ser ainda maior se os seus dirigentes compreendessem que esse esporte é o amálgama a reunir pessoas vibrando da mesma forma."

O secretário lembrou que São Paulo é a quarta maior cidade do mundo e dispõe de uma pesada infraestrutura composta de hotéis, restaurantes, hospitais, centros de compra e entretenimento. Algo que muito pode facilitar a adoção do estádio do Morumbi para sediar a abertura da Copa é a extensão do metrô, que será inaugurada em maio de 2012. É um patrimônio criado para a Copa mas que deixará legado para o pós-Copa. Ainda segundo ele, o brasileiro é definido mundo afora como um povo solidário, assim muitos voluntários devem se oferecer para guiar visitantes ou turistas. Para Feldman, essa série de circunstâncias forma um conjunto irresistível para que o primeiro pontapé da Copa seja dado na cidade de São Paulo, no Morumbi, que já foi o estádio definido para receber as semifinais.