Bia Procópio recria no interior de seus temas e nos conduz ao conhecimento interpretativo. Uma nota dominante na obra de Bia Procópio é o domínio que o traço enfrenta nas composições onde a cromia, mais refinada nas velaturas e nas aproximações tonais, assume papel particular. Sua pintura é uma fluida mistura de cores, num fantasmagórico jogo de reflexos, claro chamamento no fundo mais incônscio de nosso ser. O tema representado não é feito de simples observação analítica, mas parte da exigência da artista de colher aquele momento particular que assinala a passagem do passado ao presente, acentuando o aspecto fugaz e corrido da composição. A cor se afina até o essencial, mesmo se muitas vezes aparecem pinceladas ou espatuladas enérgicas. A mão da artista percorre, com pincel, espátula ou estilete, a natureza interiorizada que existe enquanto está na função específica de nossa psique, recriando vida na arte. No mundo de Bia Procópio, uma moldura emotiva, espontaneamente organizada num sentimento poético, reaviva aquela inspiração que, de elegia sofrida, alcança ingênuos afrescos, como único teorema possível. A pintura dessa artista é uma combinação estudada, exasperada até seus limites estilísticos, de um realismo onde conflui a exigência artística de adesão moral aos eventos exteriores. É, em definitivo, um modo pictórico que nos conduz ao nível de conhecimento interpretativo de recriação ao interior da própria temática. O conhecimento emocional que tende a colher o particular de uma visão geral, rende impregnada de significado a expressão dada ao elemento figurado. Sua obra "Fragmentos paulistanos", doada Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, não constitui fruto de impressões óticas, mas elaboração de uma aproximação imediata e espontânea com o tema. A artista Bia Procópio, pseudônimo artístico de Beatriz Aparecida Gomes de Jesus, nasceu em São Paulo, em 1969. Formou-se em publicidade e propaganda em 1992, pela Faculdade Anhembi-Morumbi. Interessada nas artes plásticas, iniciou em 1998 cursos de pintura a óleo sobre tela com a professora Lúcia Gonzaga Moreira e na Casa de Cultura de Santo Amaro, onde participou de workshop de aquarela e de uma oficina de desenho e pintura em 1999. No Espaço Cultural Sarah Peraçoli realizou ainda workshop sobre técnicas de pinturas abstracionistas e técnicas de florais com espátula e textura. Com a professora Junko Matsuoka, seguiu curso de moderno abstrato e, com o professor Faraco, novo curso de texturas. Participou de exposições na Casa da Cultura de Santo Amaro e Workshop de Aquarela, Casa da Cultura de Santo Amaro (1998); "Encontro das Artes", Shopping Market Place, SP; "Fases de um Artista", Shopping Interlar, SP; VI Mostra de Arte dos Novos de Santo Amaro; "Quatro em Quadros Arte Contemporânea", Casa da Cultura de Santo Amaro (2000); "As Cores da Arte Contemporânea", Shopping Interlar, SP; "Primavera com Arte", Reciclar Eventos, SP; "Cores e Forma", Esporte Clube Banespa (2001); "Harmonia das Cores", Shopping Interlar, SP; e "Imaginário", Espaço Cultural Infraero, Aeroporto Internacional de Guarulhos (2002); Shopping Interlar, SP (2000, 2001, 2002 e 2003); "Geminni", SP; XVII Mostra de Arte da Granja Viana; Espaço Cultural "Top Center", SP, e VIII e IXª Mostra de Artes Plásticas da ACM de SP (2002 e 2003); "Vida na Cidade", Clube Alto de Pinheiros; Espaço V Centenário da Assembléia Legislativa de São Paulo; e Hospital das Clínicas, SP (2004). Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.