A convite de Suely Vilela, reitora da Universidade de São Paulo, os deputados Roberto Felício (PT), Rita Passos (PV) e José Bruno (DEM), membros permanentes da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, compareceram àquela entidade nesta quinta-feira, 18/10, para a apresentação dos resultados do Programa de Inclusão Social (Inclusp) de 2007. "A USP quer ouvir os deputados para aperfeiçoar sua sistemática e receber deles uma avaliação do programa", declarou a reitora.

Aprovado em maio de 2006, o Inclusp tem, entre outras finalidades, a de sistematizar a contribuição da universidade para reduzir a desigualdade social e assegurar maior probabilidade de acesso a segmentos menos favorecidos, mantendo o critério do mérito. O foco da iniciativa são os alunos do ensino médio da escola pública, através de ações previstas para antes, durante e após o ingresso nos cursos de graduação oferecidos pela entidade. "O programa visa fazer uma inclusão socioeconômica e étnica", explica Suely.

Modificações experimentais já foram implementadas no vestibular de 2007. Entre elas a aplicação do Sistema de Pontuação Acrescida, que consiste na adição de um bônus de 3% às notas das 1ª e 2ª fases para alunos da rede pública. Dados explanados durante o encontro apontam que para 322 candidatos ingressantes o bônus foi determinante. Desse total, 12% cursaram integralmente o ensino médio em escola pública e 76,4% têm renda familiar de até R$ 3 mil. Candidatos vindos do ensino médio público representam ainda um aumento de 76,7% no preenchimento das vagas em Direito, 211,1% em Medicina e 37,8% nos cursos de Comunicação entre 2006 e 2007.

O estudo mostra também que das 10.202 vagas disponibilizas em 2007 pela USP, 1.344 foram preenchidas por alunos afro-descendentes, o que representa uma evolução de 9,5% em relação a 2006. Ainda sobre o total de vagas, 2.719 foram para candidatos oriundos do ensino médio público, demonstrando um aumento de 11% sobre o ano anterior.

Para Roberto Felício, a análise dos primeiros resultados indica que é possível aumentar o contingente de egressos do ensino público, o que remeteria a uma política de inclusão social mais positiva. Ele afirma que a proposta da USP difere das já existentes no país, como a política de cotas, entre outras, mas avalia o programa como positivo. O deputado acredita que a entidade já dispõe de dados técnicos suficientes para decidir como proceder nas próximas etapas. "Se for aumentado o bônus é possível elevar esse patamar de inclusão para 50%, por exemplo, e quem sabe a gente chegue a um equilíbrio entre as classes sociais", sugere.

Já Suely Vilela diz que os números apresentados vêm em direção aos objetivos traçados pela instituição e revelam que os estudos teóricos poderão ser concretizados. "Os primeiros índices do Inclusp, referentes a um ano do programa, são impactantes", destaca.