Deputada defende transporte integrado na Baixada Santista

Ferroviário, aquaviário e rodoviário. É a partir da integração desses três modais que deve ser pensado, planejado e articulado o sistema de transporte metropolitano de passageiros na Baixada Santista. A opinião é da deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que tem uma história de luta em defesa da melhoria da qualidade dessas três modalidades de transporte. Há dois anos, a parlamentar chegou a promover o QualiTrans " Fórum de Defesa do Transporte e da Mobilidade Urbana.
"Temos um enorme potencial hídrico, que precisa ser bem aproveitado, com a criação de novas travessias, agilizando a ligação entre as cidades da região. A Dersa, inclusive, tem estudos prontos que apontam para a viabilidade da implantação desses serviços. Também dispomos de extensa malha ferroviária já instalada, que precisa voltar a ser usada para facilitar o deslocamento das pessoas de um município a outro, por meio do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT)", enfatiza a deputada Prandi.
Com relação ao modal rodoviário, a parlamentar acredita que deva ser usado como alimentador do sistema metropolitano, cuja espinha dorsal precisa ser o VLT e as travessias. "Os ônibus, os microônibus e as vans devem ser direcionados para as linhas municipais, integrando-se ao sistema regional de transporte. Assim, teríamos maior agilidade no atendimento à população, redução de custos e desafogamento do trânsito", acrescenta Maria Lúcia.
VLT
Há duas semanas, durante audiência na Secretaria estadual dos Transportes Metropolitanos, a deputada Prandi obteve a confirmação de que o VLT será implantado na Baixada. A definição pelo sistema ferroviário foi classificada como "uma decisão de governo" pelo secretário adjunto da pasta, João Paulo Jesus Lopes. A notícia foi comemorada pela parlamentar, que, nos últimos dez anos, vem defendendo o transporte de passageiros sobre trilhos na região.
"É uma vitória para a região. Sempre defendi que o VLT seria a melhor alternativa e que a definição fosse discutida com as prefeituras da Baixada. Fico feliz que esta tenha sido a decisão do governo estadual, a partir das negociações com os municípios. Agora, espero que a viabilização do projeto seja acelerada para pôr fim a esta verdadeira novela", afirmou Maria Lúcia logo após o encontro, realizado em 29/3.
Durante a audiência, o coordenador de Planejamento e Gestão da pasta, Renato Viegas, fez uma exposição do pré-projeto que vem sendo discutido com as prefeituras. A meta é que, dentro de 30 dias, as conversas entre Estado e municípios sejam concluídas, com a definição da proposta final. A partir daí, serão mais 15 dias para a assinatura de um acordo entre o governo estadual e as prefeituras das cidades envolvidas no projeto.
Pelo que foi apresentado à deputada Prandi, o VLT vai ligar a região próxima à ponte dos Barreiros, na área continental de São Vicente, até o porto, em Santos. Desta linha, sairá um ramal até a travessia de balsas e barcas na Ponta da Praia e outro para a avenida Nossa Senhora de Fátima, na zona noroeste, passando pela estação do Valongo, ambos em Santos.
A partir da área da ponte dos Barreiros, o VLT será interligado com um modal rodoviário até Peruíbe, com a criação de um corredor exclusivo para ônibus no terreno de domínio da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O mesmo será feito entre o porto, em Santos, e Cubatão. Há, ainda, a possibilidade da extensão do VLT até Samaritá, o que implicaria na construção de uma nova ponte sobre o canal de Barreiros.
Diante da proposta, a deputada Prandi perguntou sobre a viabilidade da extensão do próprio VLT até o Litoral Sul, em razão das altas taxas de crescimento populacional em Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, uma das cidades com maior índice de migração do Brasil. Segundo o secretário adjunto, esta alternativa pode ser viabilizada, mesmo que seja em uma etapa posterior.
De acordo com o que foi apresentado à parlamentar, o projeto deve custar R$ 525 milhões. Desse total, R$ 120 milhões virão do Orçamento estadual, R$ 120 milhões sairão de uma parceria público-privada (PPP) e os demais R$ 255 milhões deverão ser viabilizados a partir de um rateio entre as prefeituras envolvidas ou por meio de financiamento do BNDES.
O objetivo da secretaria é lançar o edital para a PPP envolvendo todo o sistema de transportes metropolitanos da Baixada Santista até, no máximo, o primeiro semestre de 2008. A expectativa é que o VLT esteja em operação até 2010. "Vou acompanhar de perto todo esse processo. Espero que, finalmente, esta proposta se concretize e que esta longa novela chegue a um final feliz para a população", enfatiza Prandi.
Travessias
Há pelo menos quatro anos, o governo do Estado dispõe de estudos para criação de novas travessias na Região Metropolitana da Baixada Santista. Entre as propostas já estudadas, estão a criação de uma travessia para motocicletas entre o centro de Santos e Vicente de Carvalho e outra para pedestres e ciclistas entre o Caruara (Santos) e a área próxima à rodovia Ariovaldo de Almeida Vianna (antiga Guarujá"Bertioga).
Uma nova ligação por barca poderia fazer o trajeto entre Vicente de Carvalho e a Ponta da Praia (Santos). De acordo com estudos já realizados pela Dersa, a linha percorreria cerca de 7 quilômetros. Hoje, por terra, a distância é de 11 quilômetros e as pessoas são obrigadas a pegar ônibus e barca. Há, ainda, previsão de expansão até a Base Aérea (Vicente de Carvalho) e o Valongo (Santos). Outra alternativa é uma linha inversa entre a Vila Lígia (Guarujá) e o centro de Santos.
A Dersa também tem um estudo sobre a implantação de lancha de pedestres entre o Pólo Industrial de Cubatão e o Valongo. Enquanto, por terra, a distância entre esses dois pontos é de 16 quilômetros, por mar, o percurso teria 8 quilômetros. "Este serviço teria inúmeras vantagens. Além de aliviar o tráfego viário, também poderia ser aproveitado para passeios turísticos", explica a parlamentar.
Uma outra travessia poderia ligar as áreas continental e insular de São Vicente. Enquanto a distância por terra é de 15 quilômetros, por mar, cairia para somente 4. A implantação desse serviço tornaria mais fácil o acesso de moradores de bairros como o Humaitá ao centro da cidade. "Alternativas existem e são viáveis. O que precisa é haver sincronia entre os diversos órgãos do governo estadual e, acima de tudo, vontade política", afirma Prandi.
mlprandi@al.sp.gov.br
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