Cerca de 250 pessoas, entre professores, estudantes e pais de alunos, lotaram o auditório Franco Montoro, na Assembléia Legislativa, na última quarta-feira, 8/8, para acompanhar o Seminário de Combate ao Bullying. Organizado pelo deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), o evento teve o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Antes da discussão, os convidados assistiram a apresentação do coral de alunos da Escola Estadual Maestro Fabiano Lozano, do bairro da Vila Maria, em São Paulo.

A primeira palestra foi feita pela professora Cleo Fante, autora do livro Fenômeno Bullying e doutoranda em Ciências da Educação pela Universidade de Ilhas Baleares, na Espanha. Ela elogiou a iniciativa do deputado em colocar em discussão um tema de preocupação.

"O mais importante é a conscientização do que é o fenômeno. Existe um tabu muito grande, um dito popular, um senso comum, de que o bullying são brincadeiras próprias da idade, quando, na verdade, causa muito prejuízo à saúde, à educação e, principalmente, à socialização", destacou.

Também presente ao seminário, o presidente do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar (Cemeobes), José Augusto Pedra, explicou as várias situações que estão expostos alunos e professores. "O bullying é uma violência velada que não tem a motivação de dentro. Pode ser por que a pessoa é magra ou gorda, por qualquer traço fisionômico ou psicológico, desde que a vítima não tenha habilidade de defesa", detalhou o especialista em psicanálise e inteligência multifocal na reconstrução da educação.

Na exposição, Pedra detalhou os tipos de bullying . "Você tem o ataque verbal, moral, material, psicológico, pessoal e o virtual que é o cyberbullying (por meio da internet). Fotografa a pessoa pelo celular e joga na rede. Invade o e-mail de alguém faz se passar pela pessoa".

Autor do projeto de lei que institui Programa de Combate ao Bullying nas escolas públicas e particulares do Estado, Paulo Alexandre Barbosa enfatizou a importância da iniciativa. "O programa pretende estimular a solidariedade e o resgate de valores de cidadania, tolerância e respeito entre alunos e docentes. Não podemos fechar os olhos para um problema real e que já ultrapassa os limites de uma simples brincadeira de mau gosto", justifica o deputado, que foi secretário estadual da Educação. Se o projeto do deputado Paulo Alexandre Barbosa for aprovado, as escolas serão obrigadas a adotar uma série de ações para coibir o bullying. Entre as medidas previstas, está a capacitação de docentes para atuar em trabalhos de orientação e conscientização.

A propositura também determina a inclusão, no Regime Escolar, de regras normativas contra esse tipo de violência. Vítimas e agressores poderão ser encaminhados para serviços de assistência médica, social, psicológica e jurídica.



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