E agora?

As eleições 2006 foram um passo importante na consolidação da "jovem" democracia brasileira. Um pleito realizado com transparência e agilidade, que faria corar os países desenvolvidos. Tudo, sob a luz de novas regras do Tribunal Superior Eleitoral, que restringiram a propaganda política e, acredito, trouxeram mudanças benéficas: o peso do poder econômico foi menor, o debate mais acentuado, o nível de informação e de exigência do eleitor aumentaram " reflexos de um processo que deve ter um aperfeiçoamento permanente.
Entre os candidatos que concorreram nesta eleição, sejam vencedores ou perdedores, há consenso em reconhecer a legitimidade do processo e respeitar o resultado eleitoral. Algo muito positivo, haja vista as recentes eleições presidenciais no Equador e no México.
No tocante aos partidos políticos, todos foram levados a um processo necessário de reflexão, seja interno para formação de seus quadros, de suas chapas de candidatos, seja na formulação de propostas para a sociedade ou mesmo na redefinição de sua forma de atuação. Quer por convicção própria, ou decisão fora da esfera partidária, inclusive por força da atuação da Justiça em alguns casos, ou devido a constrangimentos públicos que forçaram partidos a mudar de presidente, até três vezes, durante o processo eleitoral.
A política é dinâmica e qualquer partido que queira se afirmar pelo conjunto de idéias e ampliar a sua presença na sociedade terá de repensar profundamente a sua ação. Isso vale, inclusive, no meu caso, com o Partido Popular Socialista. O PPS sai fortalecido das eleições; teve um desempenho importante, elegeu dois governadores, dois vice-governadores, 22 deputados federais e mais 42 estaduais. Acredito que o resultado das urnas foi conseqüência de uma atuação partidária incólume em todo o processo de escândalos que, infelizmente, se sucederam. Porém, o partido não conseguiu, num primeiro momento, superar o percentual de 5% dos votos válidos no território nacional, estabelecido pela cláusula de barreira, mas rapidamente buscou um caminho.
Agora, o PPS se aglutinou ao PHS (Partido Humanista da Solidariedade) e ao PMN (Partido da Mobilização Nacional) para formarmos a Mobilização Democrática e, com isso, conseguimos a somatória de votos necessária para superar a cláusula de barreira. Assim, teremos a tranqüilidade jurídica para pensar o futuro. Porém, esse processo não deve se resumir a uma somatória aritmética, mas deve sinalizar, justamente, a busca de um posicionamento como um pólo de centro-esquerda, ético e desenvolvimentista, capaz de aglutinar lideranças políticas de outras legendas e lideranças sociais engajadas num projeto de renovação política.
Lula venceu, eu fui derrotado na minha opção, pública e notória, por Geraldo Alckmin. Passadas as rusgas eleitorais, começa a emergir em todos os setores da sociedade a indagação: como se comportarão as diversas forças políticas neste novo governo? Quem será oposição? Quais partidos formarão a base aliada? Acredito que essa discussão deva ser mais substantiva. Não, simplesmente, anunciar um posicionamento, sem antes responder: oposição a quê? Apoiar o que?
Da minha parte, continuarei a fazer uma oposição clara às práticas que comprometam a ética, à política econômica que aí está, inibidora do crescimento econômico, ao aparelhamento político que comprometa as instituições públicas, às medidas intervencionistas nas agências de regulação, ao aumento sem critério dos gastos públicos.
Por outro lado, serei favorável às propostas de reforma tributária, no sentido de reduzir a sanha arrecadatória. Lutarei pela retomada de investimentos públicos em áreas prioritárias, principalmente em infra-estrutura, por uma reforma política que fortaleça os partidos e coloque o embate de propostas e idéias num primeiro plano e pela elaboração de programas sociais que promovam a verdadeira ressocialização da imensa massa de excluídos. Me empenharei também por uma nova lei federal do cooperativismo, pela elaboração de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos e pela definição de uma matriz energética mais limpa e renovável.
Acima de tudo, minha luta é pela a ética, por uma visão republicana das instituições públicas e pelo estabelecimento de um Projeto de Desenvolvimento Sustentável para o Brasil. Aos 187.427 paulistas que me elegeram como o 14º deputado mais votado do Estado de São Paulo, aproveito para reafirmar meu compromisso de fazer um mandato, coerente com a minha história e trajetória política, que seja participativo - um exercício coletivo - , neste novo desafio como deputado federal.
*Arnaldo Jardim é deputado estadual pelo PPS
arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
www.arnaldojardim.com.br
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