Oportunidade de 2006

Crise política, economia estagnada e eleições. Estes três fatos devem monopolizar as atenções do Brasil em 2006. Será o momento de observarmos se o Governo Lula aprendeu a não misturar assuntos de interesse nacional com ambições eleitoreiras partidárias.
Só para registro, nos últimos dez anos, o Brasil cresceu uma média de 2,4% ao ano, enquanto nossos principais competidores no mercado internacional registraram 6% ou mais de expansão. Reflexo da desarticulação do Governo, incapaz de fazer a lição de casa para garantir os alicerces e liderar a nação rumo a um desenvolvimento sustentado duradouro.
Sem antecipar o debate eleitoral, desejo ser daqueles que enxergam na crise um bom momento para redefinir prioridades e mudar os rumos. Se não conseguimos fazer as reformas estruturais necessárias nestes três anos, que sejamos capazes de estabelecer uma agenda positiva mínima para 2006.
Como a maioria dos brasileiros, defendo a continuidade das investigações sobre o "valérioduto" e a posterior punição dos envolvidos, sem exceção, especialmente por sofrer na pele com a generalização de que todo político é corrupto. Por isso, defendo que concomitantemente aos trabalhos das CPIs, o Parlamento volte a exercer seu papel na construção do futuro deste País. Zelar pelo erário público é uma premissa das atribuições do Parlamento, mas não pode se sobrepor ao dever de legislar pelo povo.
A redução pragmática e consistente da taxa de juros, a adequação da taxa de câmbio, capaz de preservar o nosso esforço exportador, os investimentos em infra-estrutura e a desoneração do setor produtivo são iniciativas que não podem esperar até as eleições, pois são fundamentais para dar sustentabilidade à nossa economia. O Parlamento precisa participar destas discussões, pressionar o governo, ou correremos o risco de perdermos mais um ano em frente à televisão, testemunhando espetáculo daqueles que tentam justificar o injustificável. Vamos deixar de discurso e partir para prática.
Existem inúmeros projetos de interesse nacional que estão parados tanto no Congresso como no Senado. A Lei das Agências Reguladoras, terminar a Reforma Previdenciária, definir o envio da Reforma Trabalhista e a Sindical, redefinir o Copom (Conselho de Política Monetária), a votação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), etc. Em suma, trabalho não falta, o que falta é articulação do governo, definição de metas e "farol alto".
Em meio à convocação extraordinária do Congresso, não posso aceitar que o plenário esteja vazio, diante de uma população ansiosa por resultados práticos. Até quando essa crise política vai se estender? Isso, sem falar no preço que todos estamos pagando por este inércia, são milhões de reais que estão sendo desperdiçados para nos depararmos nas manchetes com pilhas de documentos que não foram analisados, processos de cassação que não foram apreciados, um desrespeito latente com o erário público já tão comprometido pelas práticas condenáveis de alguns que acabam por manchar a reputação de todos.
Parece que alguns não compreenderam a gravidade dos acontecimentos em 2005, talvez por achar que o povo não tem memória. Mas, a população está mais vigilante e acredito que este será o espírito que prevalecerá nas próximas eleições. O cidadão brasileiro está cansado de promessas vazias, marqueteiros que querem vender políticos como sabonete e as trocas de acusações. As eleições simbolizam o ápice de um regime democrático, onde as propostas devem se sobrepor aos personagens. Neste processo, acredito que velhas formas de fazer política estão com seus dias contados. Vamos oxigenar o Parlamento, extirpar os maus exemplos e valorizar o nosso voto.
Deputado Arnaldo Jardim
Engenheiro Civil (Poli/USP)
arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
www.arnaldojardim.com.br
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