José Bonifácio: arquiteto da Independência

José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos espíritos mais cultos que o Brasil já conheceu, participou ativamente do movimento de independência do Brasil como conselheiro de D. Pedro 1º, tanto que ficou conhecido como o Patriarca da Independência. Foi também o autor do primeiro projeto abolicionista do país, apresentado à Assembleia Constituinte de 1823.
Nascido em Santos (SP), em 1763, oriundo de uma família da aristocracia portuguesa, viveu boa parte de sua vida na Europa. Em Coimbra, diplomou-se em Direito e Filosofia Natural e tornou-se membro da Academia de Ciências de Lisboa. Percorrendo o Velho Mundo, estudou Química e Mineralogia e chegou a descobrir quatro novos minerais e oito espécies até então desconhecidas. Conhecia doze línguas, quatro das quais falava fluentemente.
De volta ao Brasil, em 1819, deu prosseguimento a suas pesquisas científicas mas, dotado de uma personalidade dinâmica, voltou-se para a política e tornou-se ativista do movimento de independência. Com o advento de Sete de Setembro, foi contemplado pelo novo imperador com as pastas do Interior e dos Negócios Estrangeiros.
Por dissidência com D. Pedro 1º, foi afastado dos seus cargos e partiu para França (1823). Regressou ao Brasil em 1829 e reconciliou-se com o imperador que, quando abdicou (1831), o nomeou tutor de seu filho, D. Pedro 2º. Em 1833, foi destituído deste cargo pelo regente Diogo Feijó. José Bonifácio de Andrada e Silva abandonou então a vida política e passou os seus últimos anos na ilha de Paquetá, na baía de Guanabara. Tido como o verdadeiro arquiteto da independência brasileira, deixou publicado, além de alguns estudos mineralógicos, um volume de Poesias Avulsas (1825).
Visão da grande pátria
Leia, na íntegra, artigo escrito há dois séculos por José Bonifácio de Andrada e Silva e que se mantém atual.
"O vastíssimo Brasil, situado no clima mais ameno e temperado do universo, dotado da maior fertilidade natural, rico de numerosas produções, próprias suas, e capaz de mil e outras que facilmente se podem nele climatizar, sem os gelos da Europa, e sem os ardores da África e da Índia, pode e deve ser civilizado e cultivado sem as fadigas demasiadas de uma vida inquieta e trabalhada, e sem os esforços alambicados das artes e comércio exclusivos da velha Europa.
Dai-lhe que goze da liberdade civil, que já tem adquirido; dai-lhe maior instrução e moralidade, desvelai-vos em aperfeiçoar a sua agricultura, em fomentar a sua indústria artística, em argumentar e melhorar suas estradas e a navegação de seus rios; empenhai-vos em acrescentar a sua povoação livre...
A natureza fez tudo a nosso favor, nós, porém, pouco ou quase nada temos feito a favor da natureza. Nossas terras estão ermas e as poucas que temos roteado são mal cultivadas... nossas numerosas minas, por falta de trabalhadores ativos e instruídos, estão desconhecidas ou mal aproveitadas; nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítimas do fogo e do machado destruidor, da ignorância e do egoísmo; nossos montes e encostas vão-se escavando diariamente, e, com o andar do tempo, faltarão as chuvas fecundantes que favoreçam a vegetação e alimentem nossas fontes e rios, sem o que o nosso belo Brasil, em menos de dois séculos, ficará reduzido aos desertos da Líbia.
Virá, então, esse dia (terrível e fatal), em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos. Eis, pois... basta de dormir, é tempo de acordar do sono amortecido em que há séculos jazemos...
José Bonifácio, o Patriarca"
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