Desaparecimentos de líder estudantil e político são rememorados na Comissão da Verdade




Em continuidade a suas atividades, a Comissão da Verdade ouviu, na manhã de 26/2, depoimentos sobre os desaparecidos Paulo Stuart Wrigth e Honestino Monteiro Guimarães.
Desaparecido em 1º/9/1973, Paulo Stuart Wrigth era um dos dirigentes do movimento Ação Popular Marxista-Leninista (APML). Filho de missionários norte-americanos e pastor presbiteriano, Paulo nasceu em 2/7/1933, em Joaçaba, Santa Catarina. Casou com Edimar Rickli, com quem teve os filhos Leila Cristina e João Paulo.
Em 1962, foi eleito deputado estadual em Santa Catarina, pelo PSP. Após o golpe de 1964, de forma inusitada, foi cassado sob a alegação de quebra do decoro parlamentar, a falta de paletó e gravata ao discursar na Assembleia.
Paulo foi submetido a diferentes processos na Justiça Militar. Julgado em 8/3/1972, pela 1ª Auditoria da 1ª CJM, foi absolvido. Segundo o Jornal do Brasil, de 9/3/1972, constava em processo, no qual 13 dos 64 acusados foram condenados à prisão. Em 14/3/1974, já desaparecido, Paulo foi condenado a cinco anos de prisão pelo Conselho Permanente da 1ª Auditoria da CJM.
Segundo o ex-militante da APML, Osvaldo Rocha relatou à sobrinha de Paulo, Delora Jan Wright, no início de setembro de 1973, Paulo foi sequestrado pelo 2º Exército e levado ao DOI-CODI, palco da operação OBAN. Ele contou que, na ocasião do desaparecimento de Paulo, ambos estavam juntos num trem que ia de São Paulo a Mauá. Quando perceberam a presença de pessoas ligadas à repressão política, Osvaldo desceu do trem e Paulo teria descido mais à frente. Ao chegar à sua residência, Osvaldo foi preso e conduzido ao DOI-CODI por membros da operação OBAN. No chão da sala onde foi torturado, Osvaldo viu a mesma blusa que Paulo usava no trem. Embora a morte de Paulo tenha sido denunciada pelos presos políticos Beatriz do Valle Bargieri e Otto José Mattos Filgueiras, em 1973, o fato não foi reconhecido e o líder político é tido como desaparecido.
Aos 40 anos, muito emocionado, o filho João Paulo aconselhou aos presentes que leiam o livro Brasil Nunca Mais, "cuja leitura traz uma compreensão melhor da época e justifica o repúdio à ditadura". Ele clama pelo esclarecimento do desaparecimento de seu pai, "que não foi enterrado de forma digna".
O estudante Honestino
O depoente Sebastião Lopes Neto resgatou a história de Honestino, cujas atividades estudantis tiveram início nos anos 1970. Natural de Itaberaí, Goiás, Honestino nasceu em 28/3/1947 e está desaparecido desde 13/12/1973. Era casado com Isaura Botelho Guimarães. Brilhante estudante, passou em primeiro lugar no vestibular de Geologia de 1964, da Universidade de Brasília, aos 17 anos. Foi presidente do diretório acadêmico e, durante uma de suas prisões, mesmo não sendo candidato, foi eleito presidente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília (FEUB).
Posteriormente, Honestino foi eleito presidente da UNE, depois do frustrado Congresso, em Ibiúna. Entre 1968 e 1972, ele viveu em São Paulo, exercendo clandestinamente a função de presidente da UNE e atuando como dirigente da AP. No fim de 1972, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi preso, em 10/10/1973.
Segundo artigo da revista Isto É, de 24/3/2004, Honestino é citado como uma das vítimas de uma megaoperação realizada em vários pontos do território nacional para liquidar, a partir de 1973, os militantes da Ação Popular (AP), movimento de esquerda ligado à Igreja Católica. Segundo a matéria, entre os mortos estavam Fernando Santa Cruz Oliveira, Paulo Stuart Wright, Eduardo Collier Filho e Honestino Monteiro. Os demais militantes também tombaram entre 1973 e 1974, no Rio, de acordo com a revista.
O nome do líder estudantil consta no anexo da Lei 9.140/95, como reconhecimento de sua prisão e morte sob responsabilidade do Estado.
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