Comissão resgata a história de Virgílio Gomes da Silva, integrante da ALN
21/03/2013 20:50 | Da Redação - Josué Rocha Fotos Roberto Navarro





A história de luta e combate à ditadura militar no Brasil (1964-1985) vivida por Virgílio Gomes da Silva, preso, torturado e morto em 29/9/1969, foi recontada por companheiros sobreviventes na audiência pública da Comissão da Verdade, nesta quinta-feira, 21/3. Integrante da Ação Libertadora Nacional (ALN), Virgílio comandou, em setembro daquele ano, a ação do sequestro do embaixador americano, Charles Elbrick.
Presidida por Adriano Diogo (PT), a audiência contou com a presença da viúva de Gomes e dos filhos Virgílio Filho e Isabel, que se emocionaram com os relatos de pessoas que participaram da resistência ao regime ditatorial ao lado de Virgílio.
Testemunhos
Antônio Carlos Fon, Celso Antunes Horta e Manoel Cyrillo lembraram a personalidade combativa e o espírito de liderança de Virgílio, chamados por eles à época, por questão de segurança, de Jonas. Eles também foram presos na mesma data e presenciaram, na sede da chamada Operação Bandeirantes, o sofrimento de Virgílio.
Assim como eles, Virgílio adentrou o prédio passando por corredor polonês (fileira dupla formada por agentes policiais que agrediam o prisioneiro que por ali passava) e submetido ao pau de arara e à cadeira do dragão, torturas comuns à época.
Fon e Horta relataram que, mesmo sob tortura, Virgílio se rebelava e gritava aos agentes policiais que eles estavam matando um patriota. Fon disse que posteriormente os torturadores ironizaram este fato. Apontando para manchas de sangue na parede, diziam se tratar de "sangue de um patriota".
Adriano Diogo, após lembrar a origem nordestina e humilde de Virgílio, sua luta sindical e filiação partidária ao PCB, seu treinamento de guerrilha em Cuba, buscou extrair dos relatos aspectos que revelavam o caráter de Virgílio. "Muito íntegro, determinado, consciente dos objetivos da luta e da bandeira que defendia, além ser um grande estrategista", acrescentou Horta.
Pelo fim da impunidade
Já Manoel Cyrillo, preso um dia após Virgílio, Fon e Horta, também foi levado à sede da Operação Bandeirantes. Relatou que sua prisão se deu em conjunto com a viúva de Virgílio, Ilda Martins da Silva, na presença dos filhos, e que o espancamento a que foi submetido se deu na presença das crianças. Os filhos foram encaminhados ao então Juizado de Menores.
Cyrillo confirmou que na sede da Oban os agentes policiais brincavam com a morte de "um brasileiro" ocorrida no dia anterior. Cyrillo, que foi preso político por dez anos (1969-1979), pediu a responsabilização dos envolvidos nesses acontecimentos. Juízes e promotores, membros das Forças Armadas e agentes das polícias Militar e Civil têm registros na administração que possibilitam a individualização das ações, alertou.
Ao final, bastante emocionado, Virgílio Filho, que ficou órfão do pai aos seis anos de idade e foi obrigado a mudar para Cuba, onde viveu até os 32 anos, classificou a reunião como "histórica". Disse que lembrava muito pouco do pai, mas que se sente orgulhoso de sua vida e idealismo. Filho agradeceu os testemunhos e enalteceu a postura dos companheiros de luta que se irmanaram ao seu pai naquela época.
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