O deputado Mauro Bragato (PSDB) coordenou, na manhã de 18/4, reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Malha Ferroviária, na qual foi ouvido o diretor de operações da Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias, Bento José de Lima.

O tema foi o projeto de implantação da ferrovia Norte-Sul, que tem por finalidade proporcionar o escoamento da produção agrícola de toda região Noroeste e Sudoeste do Estado de São Paulo.

Mauro Bagato esclareceu que o resultado desta reunião orientará a proposta de definição de rumos da futura rede ferroviária paulista. O diretor de Operações da Valec foi questionado pelos parlamentares presentes sobre o projeto ferroviário, que irá impulsionar o desenvolvimento de regiões do Estado.

Os prefeitos, vereadores e representantes de sindicatos do segmento ferroviário preocuparam-se com o eventual aproveitamento da antiga malha ferroviária paulista após a privatização da Fepasa e sua transferência para a Ferroban, hoje América Latina Logística (ALL). Também questionaram sobre eventual demora para implantação das modificações.



Reorganização da malha ferroviária



O diretor de Operações esclareceu que a Valec é uma empresa pública, sob a forma de sociedade por ações, vinculada ao Ministério dos Transportes. Tem concessão para a construção e operação da Ferrovia Norte-Sul, cujo traçado, com extensão de 3.100 quilômetros, é iniciado em Belém (Pará) e segue até o município de Panorama (São Paulo). Compete à empresa também definir e organizar a construção da infraestrutura ferroviária em todo o território nacional, com área de concessão de responsabilidade da ALL.

Bento José de Lima declarou considerar esta uma boa oportunidade para colher subsídios sobre a real situação da malha viária e sugestões para aprimorar os projetos pelos quais é responsável.

O representante da Valec também explicou que, originalmente, a Ferrovia Norte-Sul teria a extensão de 1.574 quilômetros, e cortaria os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Posteriormente foi incorporado o trecho Açailândia (BA), Anápolis (GO) e Panorama (SP), o que estende o percurso para 3.100 quilômetros.

Quanto ao reaproveitamento de antigos trechos ferroviários, ele comentou que é possível, mas respeitando a realidade atual, uma vez que a produção agrícola foi muito ampliada. "Por exemplo, há 25 anos, sequer se produzia soja no Mato Grosso."

Lima ressaltou que os itinerários ainda estão em estudo, e admitiu que o relacionamento da Valec com a concessionária não tem sido fácil. Quanto ao Porto de Santos, ele esclareceu que a melhoria da infraestrutura do porto de Santos é de responsabilidade federal, e não da Valec.

Estiveram presentes os deputados Itamar Borges e Jooji Hato, do PMDB; Welson Gasparini e Roberto Massafera, do PSDB; e Vitor Sapienza (PPS).